segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fuga da comparação, pois de encontro aos seus iguais ou a busca do facão?

Ele saltou, como de costume de dentro da terra quente.
Por isso toma banhos gelados.
Me deixou uma marca na coxa direita.
Abriu dentro de mim um caminho.
O mundo continuou girando.
E eu continuei fugindo.
A fome é tamanha, a minha sede é doce.
Pôs fogo na minha boca.
Assoprou meu corpo em sono.
Gritou o nome no escuro.

É bom não por fim, ele só abre e nunca fecha.
E eu dentro d´agua, olho na pedra uma adaga,
E eu dentro d´agua, olho no o cão sem pêlos, raspado, pelado.
E eu dentro d´agua olho o olho, saio d´agua.

Fugiu.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Quase estupro da mãe e marida.

Se por acaso do destino você adormece, no seu sono matinal um sonho como nenhum outro, ou melhor como todos os outros.

Foi assim: Chão molhado. asfalto. noite.
Peguei a direção do automóvel, saí na escuridão, bonita ela tava naquele dia. Luzes dos postes, lembro de criança das luzes. No Auto-móvel fui feliz de condutora, adulto em mim. Atravessei a avenida e foi fácil, feliz o adulto em mim. Estaciono. A criança criativa salta pra cima da bicicleta magrinha, vermelha desbotada anos 70.. caloi. Daquelas de pneu fininho. Brinca e andar na magrela, na noite, volta pela avenida e passa nas ruas mais calmas e desfruta das pernas torneadas morenas que alongam nos ferros sem pedalar. Abre as pernas no vento, noite quente de verão, choveu e ainda é quente.
Meninos a chamar, olha e acena com a cabeça, tão bem educada. Conitua na brincadeira nourna em frente de volta pra casa. Ainda escuta os meninos, mais perto a voz, mais perto.
Abordam, seguram.
De volta á casa, tenta convencê-los que o marido está em casa, que dorme e diz que foi tão educada. Questiona a bestialidade. Tenta contornar o inevitável.
A casa é linda, branca, um sobrado como o que sempre sonhei, tinha até varanda, anos 50. Mas não tinha marido nenhum. Não tem mais. Tem fotos nas paredes, tem a vida livre, os sonhos renovados, a habilitação, pernas bonitas, tem verão e tem estrupro? Eles percebem que não tem a casa ou a dona proteção. Forçam a porta pra entrar, forçam mais. Ela sabe que eles sabem que não há proteção. São dois jovens meninos e morenos.
Propõe a dona da casa uma possível relação consensual, são dois e ela uma. Ela pede proteção física, afinal foi educada. Tem medo do pior, eles aceitam o melhor.
Abre a porta qe separa a varanda da sala se estar. vira-se.
Não são mais. São filho e pai do filho. Um pequeno  sempre amado e um amado passado.
Me assusto, forte, suspiro.
Fomos brincar e jantar. Justo.
Ainda bem, porém na escrita sinto o peito ainda igual ao momento da tensão. Voltam.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Antes a própria gambiarra e depois possuir, a lua está crescendo.

Basicamente a criação vem na gambiarra ancestral.
Minha bisavó ( Ondina filha de Yemanjá ) foi abandonada pela mãe baiana e louca na cidade de Santos, foi criada por uma gentil pessoa....Nasceu meu avô no bexiga, na casa do leão, na vila itóroró. O Baiano da Bela Vista (filho de Ogum).
Ele se relacionou com a minha avó biológica, nasceu assim minha mãe ( filha de Iansã). Cresceu junto á sua avó. Soube que meu avô era seu pai aos 6 anos, antes achava que era teu tio.
Minha bisavó tinha um cortiço, que existe na rua Quatinga, 41- Chácara Inglesa.
Lá retirantes, velhos, quengas, crianças, boutique, cosme, damião, canja e um gurdião do terreno conviviam junto á dois banheiros - um de azulejos cor de rosa outro de ajulezos azuis e ainda... muitos quartinhos feitos pelo avô Antonio e depois por Seu Zé (Ô Muriiilooo) .
Minha mãe me teve jovem (depois de um samba, certeza que sou filha do samba), lá fui eu em lugares e lugares... entre pessoas amada. Entre pessoas amando.

As gambiarras estão em todo lugar. Não tenho pai (filho de Xangô). Tive amores. Construo a razão.
Da sujeira e do limbo. Muita memória. 4 ou 5 anos estava eu já com morada fixada. Minha avó postiça-amiga mãe( filha de Oxum). Criou-se, Criei-me. Estou aqui (filha de Oxum).

Ganhei um falo, que nutria um apreço por uma jovem ave branca. Juvenil e misturada.
A direção era masculina, de dentro pra fora. Uma seta, uma direção em frente.
Foi gostoso.
E possuia o controle.

Se meu passado é sujo, daí tirei as culturas criativas, misteriosas e ancestrais.
Da ascepsia não se tira memória, história. É limpo, é agora, não é passado.
Meu presente se recompõe. Só cabem os fortes nele.
Tomo a razão nas mãos e manipulo como o jovem de frente á ave branca e juvenil. É ereto.

Posso olhar em volta e direcionar minhas vontades, estou a educar as ações.
Só falta educação.
Se dá pela costrução da história desconhecida, adormecida, mas que pulsa no contato com o subterrâneo.

Emoção.

Mistério.

A Lua cresce. O Falo também. Tomo nas mãos o meu.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Do contato com o subterrâneo e nós mesmos

Por que será que os bárbaros foram chamados pelo velho Rei? Pelo desequilíbrio. Razão toma conta das terras, e assim seres metade bicho feroz, metade gente subiram á superfície.

Sua Rainha a grande mãe de argila, gorda e farta. Enterrada nas entranhas de um monte, nas raízes viviam seus filhos que faziam questão de comer seus irmãos mortos. Na criatividade feminina tudo se aproveita. Alimento não falta.

 Junto dos bárbaros uma elegância poeta-árabe que desvenda a si mesmo.
 Pouco a pouco foram morrendo estes guerreiros. Na noite de batalha, nas cavernas mais profundas, na imersão de serem quem eram sem medo.

 Mas a morte é sentid de forma diferente, é processo, é natural e não é luto. A própria morte de um outro Rei Bárbaro é mais bonita que a vida. Sentado após multilar e apunhalar a rainha dos seres subterrâneos, ele vencedor se senta e ali morre. Olhando para o horizonte, dentro da sua imponência.  Lindo.

A serpente são só homens com tochas, os seres noturnos são só homens de culturas diferentes, a velha sábia como gente morta.

Desequilíbrio - Equilíbrio novamente - Construção.

 quando você estabilizar e se der conta de quão grande você é, que fará?





terça-feira, 21 de setembro de 2010

A mulher que acelerava o tempo em busca da razão do tempo certo.

De certo este tempo não tem é nada. Negando este seu próprio tema a mulher se deixa influenciar pela Lua fêmea, e se faz mais fêmea hoje. No barulho dos metais urbanos do ônibus em movimento relembra dos seus anos adolescentes tão brincanstes e vividos de forma intensa e desordenada. Brinca com a propria sorte em ser adulta na noite vila marianense nos anteriores á adultice.
Se a vontade de comer lhe é apresentada na idéia, ela sucumbe ao imaginário de que somos carne e a carne lhe parece suculenta. São de todas as formas: magras e gordas, altas e baixas, sutis e agressivas, silenciosas e falantes. Porque não tudo?

Se te induz é porque a realidade se faz presente em você, tem em você o que mostra a mulher em movimento.

Se sua vontade de lhe enviar flores pela liberdade é mencionada, assim ela o faz em silêncio. E agradece o ato de ruptura recriminado pelos tradicionais. Alegria! A razão ainda não se faz presene exatamente, é uma construção no confronto da intuição com a realidade fidedigna.

Seu pai não lhe disse, seu pai não lhe apareceu. A razão ainda é construída por sua busca. Sua mãe lhe abandona por escolha de menor. Sua mãe não é mãe, é tia que se apresenta quando dá. Assim como sua avó biológica, não é avó é personagem de tristes histórias passadas que ineterferem em que é hoje.

 Cresce e apressadamente busca o Sol, se apaga e apresenta-se sua Lua. É Lua então.

Mulherzisse, cheiros, toques, presenças. São as primeras velhas sensações ativadas pela liberta Crescente, cresce, cresce, cresce. Intui.

Antes de intuir que tal pensar? Por isso é "jambo rosa da ave do paraíso, metade do meu corpo é verdade e metade é mentira... Mentira de todas as coisas reais, realidade de todas ficções, tenho um sabor carnal. Sei que a felicidade dura tanto quando chuva e sol, e é preciso aproveitar tudo."

Assim o faz na solidão apreciada por poucos, regada ao próprio pensamento que se organiza agora.

domingo, 5 de setembro de 2010

As a venturas da jovem senhora ou a mulher que acelerava o tempo

E nesta tarde enquanto dormia a jovem e seu rebento. Mas a jovem entrou na casa passada, que estava diferente, com cores e móveis diversos. Ela foi até o quarto, e lá vasculhou, vasculhou provas que não sabia bem de que. Este era o problema o que ela procurava? Nada, só a sua própria dó ou sua dor.
Foi então que ela achou produções calorosas de afeto sincero e fantasioso sobre o que era o amor atual. Nesta procura encontrou com personas que reconheceu no primeiro instante, aquela que limpa o caminho, aquela que foi o ideal na pimeira juventude, aquela que companha seus próprios passos, e por último outra jovem senhora, morena de cabelos curtos, uma graça. Como ter rancor de alguém tão amável, que lhe recepciona, lhe traz roupas, lhe convida para ficar. Olha que a intrusa fora a dona daquele mesmo espaço a tempos atrás, mas agora é recepcionada como visitinha simpática que invadira o ninho de amor. Engraçado foi o cenário que se modificara conforme o tempo, aquele espaço se modificara muito, parecia duplex dos naos 80, é hilário agora, mas dava medo antes. Quase que inacreditável foi a Tezini aparecer e num lapso de incomodo dizer-lhe o quanto tudo incomodava, ela como o advogado do diabo concordava mas continuava a fazer teu papel. Pouco vi o dono da casa, mas amanhã Seu João me conta mais sobre o assunto.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A beleza das borboletas ou a morte prematura.

Quantos foram os moquifos, corredores e portões que vi, passei e moldei na mente?
Quantas borboletas negras andaram pelo meu corpo neste último período?
Ontem me lembrei de uma vez que apanhei de um familiar, eu tinha 18 anos, ainda como hoje muita vivacidade... mais do que hoje talvez... bom mas lembro como a agressão física torna-se moral também. È uma dor que não se tem dimensão, ela atravessa o corpo, vai pra um lugar que não sei como explicar. É só dor, é um buraco que uma amiga comentou esses dias que queria pular, se agarrou num galho... eu disse.... fui empurrada.
E ainda assim se dá esta dor como o pássaro sofre pra abrir a casca do ovo, ninguém pode fazer nada.
Ai que vontade de ser a dona de tudo e de todos. Sim como uma menina mimada que tudo fazem a sua vontade. Meu choro é de dor, de desconforto, de perda, de saudade.
Eu tenho muita vergonha de sentir o que sinto. Ninguém entende de fato esta sensação de frustração que se assume nas horas mas inapropriadas. Buscar outros corpos, outras falas é comum o pior e manter.... o pior é ver além....
E se meus olhos incham... é porque por dentro eu incho e não caibo dentro de mim.
Na hora da dor eu não consigo lembrar de ninguém na minha vivencia passando por essa situação.
Por isso dá vergonha.
Daqui a pouco acaba, eu sei. mas agora é pior que o amanhã.
O corpo reage... sangra demais, enjoa, enoja, enrruga, emagrece, embeleza, alisa, vira de dentro pra fora.
Disse minha grande mãe e avó ( que hoje chorou também) que é horas de buscar as minhas espadas.
Semprei as usei, agora preciso achar...sem guerriar, mas pra fincar debaixo de mim...
Piscianos são assim sofrem demais, gostam do drama. A minha verdade é pior que as minhas mentiras? Não.
Mas ao perceber que a troca do chão foi dado de graça ás borboletas citadas, eu não pude fazer nada a não ser entrar na terra, minha terra fértil, onde estão minhas espadas.
Não vou conseguir jogar cadeiras na janela. Prefiro visitar corredores de cortiços úmidos, prefiro visitar lugares inabitados, prefiro fazer drama no meu próprio quarto de despejo.
Boa noite e a morte é passagem, morrer e continuar vivo é a parte mais linda. Vamos esperar.

domingo, 23 de maio de 2010

Em tempos de sonhos

Depois de algum tempo no trabalho, nas conversas, nas desavenças, nas boas explosões, no frio, nos cuidados...

Nas últimas semanas venho sonhando com minhas memórias, religiosidade, sexualidade, doenças, mortes e muitas perguntas.... muita ação.

Se encontro um cidadão numa situação pessoal isso no mesmo sonho me "assombra". Vi entidades que nunca tinha visto antes, gente que se mistura pelo tempo que não reconheço nas vistas materiais. É estranho, sou eu ainda sim, sempre sou. Neste espaço tão familiar me econtro com a minha memória infantil, aspalhas no batente superior. Os pejis. As roupas. O cheiro. Quem acompanha este blog sabe do que eu falo. Encontrei dois cavalos conhecidos. Uma moça da rua me pendurou na testa um candeeiro, e eu quase não podia mover minha cabeça, ou me queimava ou não via o que tinha á minha frente, ele estava pendurado bem na minha testa, me senti com uma tapadeira. Iluminada, mas tapadeira. Quando os reencontrei estava com a figura diferente, estavam sentados e atendiam. O rosto não era mais do meu antecedente, mas de outra pessoa que me olhava e me reconhecia. Um comentário do cidadão que levei á minha antiga e sempre casa foi: Como não reconheci uma casa de macumba?! E eu pensei como o trouxe até aqui?

E como já não fosse mais estranho não me lembrar deste fato ocorrido, mesmo que em sonho, eu re-sonhoa continuação em outro momento, dia, situação... as falas são:
- Sonhei com você!
-Não me diga que tinha uma moça que dizia... isso, ....aquilo... e tudo mais?

Dias depois, um tipo de sonho quase que uma produção cinematográfica arrebata a garganta do meu companheiro, por descuido? Por culpa? Não sei só sei que quase morri e ainda bem que meu filho me acordou antes. Ainda bem.
Por último nesta noite, que eu me lembre, morava numa casa antiga no centro da cidade, estava por algum motivo esperando meu companheiro, ele que não vinha, minhas perguntas aumentavam, e em mim vi que cresceu um tipo de sífilis. Nasceu a primeira no rosto, o resto no corpo, nos seios, barriga... e aí ele chegou.
No segundo estágio agora me lembrei encontrei uma colega antiga de trabalho que tinha na sua cabeça um tipo de casca vermelha que tomava a testa, lembra uma coroa de morangos. Lembrei de ter dito á ela para que se sentisse melhor.
Quem se atreve a decifrá-los? Eu mesma só de escrever decifrei...

Boa noite pra quem é de boa noite.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

o que se pode comprar? o que se pode mudar?

Quando eu queria alguma coisa que minha mãe ou vó não podiam dar eu não lembro exatamente minha reação, mas lembro da sensação de não poder ter. A minha avó falava assim: " ah filha vamos ver se a gente consegue a vó faz assim, faz assado e vê, se não der, deixa pra outra",... a minha mãe já falava assim: "a mãe vai comprar depois, deixa a mãe receber, aí você me fala o que precisa, vou ver se faço uma unha e escreve no papel o nome..." eu já sabia que não ia vir nada... e mesmo assim tive muita coisa que ela se esforçaram pra me dar. Mas mesmo assim hoje eu não sei bem lidar com esse dar... o dar pra mim tem que conquistar. Mas eu não me sinto conquistada me sinto tomada, comprada, quase á força. E pior é não ter coragem pra relatar o meu NÃO! é a Mari já hava comentado sobre os nãos da vida lá trás em outra postagem... pois então hoje, e em muitas vezes me sinti comprada, vendida á toa. Me senti submetida á venda pela felicidade de velhos e crianças, á venda pela não confusão, á venda pois os costumes aqui são esses.... Será que pode mudar? Não aqui os costumes são esses, e quem faz parte dele tem de estar á venda! Pela felicidade, não a minha....Essa aí nesta imagem sou eu, olhando eu mesma cair no chão igual aos touros nas touradas que se deixam levar pela "raiva" e depois são derrubados...
A sabedoria é não fazer fuzuê, mas pode fazer cochicho, zumzumzum... ai que bom seria poder.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aos olhares alheios, são alheios, são curiosos, são fugitivos.

em uma das minhas viagens ao Jardim Ângela (mais uma vez este lugar), tive uma experiência intrigante.
Noônibus Terminal de mesmo nome que o bairro citado, comecei a desenhar as pessoas que estavam nele. E senti coisas que raramente havia sentido antes. Nem mesmo nos metrôs e neste mesmo transporte... enfim, o meu primeiro modelo foi um senhor que tinha uma carinha tão linda (do tipo bonzinho demais), que resolv que escreveria sobre ele, estava de frente pra mim, eu antes da catraca ele depois. um de frente pro outro. Foi então que comecei a observa-lo e desenhar, ele percebeu a observação e demonstrou um descontentamento, constrangimento. E eu mais ainda queria desenha-lo, foi então de tanto o desconforto em ser observado o rosto dele começou a mudar, colocou uns óculos que pareciam de mulher bem velha, e sua expressão ficou quase medonha, senti um energia estranha, ele olhando pra mim me encarando demais. Eu acabei de desenha-lo e comecei a observar outro homem que estava á frente dele, ele continuava me olhando, mas quase me encarando, e fazia umas caras estranhíssimas, um sorriso muito medonho. O dafrente logo que sentou dormiu. Musei de modelo, um homem que parecia mestiço - um tipo indígena- não sei bem, mas tinha uma expressão bem forte, e rígido...este se escondeu de mim logo que percebeu ser observado. Até que entrou no ônibus um senhor que devia ter seus 50 e poucos anos, bem arrumado, cabelo penteado. E deu uma piscadela, eu um sorriso. Daí comecei com desenho mais uma vez, foi o dia dos homens dos ônibus, pois então percebeu ser observado e começou a arrumar os cabelos, ajeitou o cinto, as calças, a camisa e ficou amis ereto. Quase tive vontade de rir, mas rir muito, porém mantive o controle. E continuei a desenhar, o moço queria espiar o desenho, esticava o pescoço... e de repente amoou, ficou estarnho, constrangido de novo, como se tivesse esperado que algo acontecesse e não aconteceu... ele tímido ficou até mais velho do que quando entrou e até exalava um perfume.
Ficou quase transparente.

sábado, 10 de abril de 2010

Contos de Góes

Contos de Goes:


Fuga ao contrário. Sabe que onde trabalho no período da manhã não é tão diferente. Trabalho na Defensoria Pública onde as pessoas carentes que não podem pagar um advogado são atendidas. Tem de tudo, pessoas pedindo pensão (maioria), homens querendo retirar a pensão alimentícia, outros com problemas criminais, e por ai vai. Mas um dia, um senhor de rua resolveu adentrar ali e eu fui a sortuda em atendê-lo. Não estou satirizando a palavra "sortuda", e eu digo que tive sorte, pois jamais encontrarei uma história como aquela. Um senhor de aproximadamente 50 anos, com aparência de 70, sujo, cheiro de urina curtida e roupa com catinga. Ele me disse que em determinado momento largou a família e os 6 filhos para viver uma aventura, e que se arrependeu, contudo a mãe dos filhos não o quis mais. Ok, até aí estava tudo dentro da normalidade da Defensoria. Foi quando ele ordenou: "moça, a mãe deles me botou no pau, e eu não me nego de pagar a pensão, só preciso que o juiz determina a conversão dos meus diamantes em em pecúnia, pois eu não sei quantos diamantes devo dar a ela". Minha primeira expressão foi semelhante a essa :o . E fiquei mais estarrecida quando o senhor resolveu me mostrar os diamantes dele: eram missangas!MISSANGAS. Eu juro por tudo que é mais sagrado nesta terra. Cheguei a ter dó, mas depois fiquei pensando em como o cérebro nosso é incrível. Tão incrível que um mendigo de rua, numa carência completa e uma tentativa de talvez fugir de um passado onde deve ter deixado àquela família de lado,começa a acreditar que pequenas missangas são diamantes, pois certamente ele quer ajudar seus filhos (que já devem ter por volta dos 30 anos e nem devem se lembrar de seu pai).
 
De minha amiga Graziela, nos conhecemos com 16 anos aproximadamente, ou 15?... no Brasílio Machado.
Estudamos, falamos, fomos.. tudo junto!

Um beijo,  uma caixinha de histórias!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Os porcos gostam de sujeira?

16 horas do dia 29 de março. final de dia trabalhado.

Do outro lado da rua, uma criança linda de cabelos encaracolados, lourinhos... uns três anos devia ter. Bebia uma garrafinha de dolly cola, e sem mais nem menos jogou no meio da rua, a mãe que estava ao seu lado esperando pelo ônibus ficou olhando quase que curiosa, ou insatisfeita. Não sei dizer exatamente o que lhe passou á cabeça, mas na minha passou que ela a qualquer segundo lhe daria umas palmadas, ou mesmo uma sacudida, gritaria... enfim. Mas ela não fez nada. O ônibus não vinha, a rua estava quase deserta de carros, só tinha sujeira. E a garrafa de dolly, rolava pra lá e pra cá... dançava junto com o vento... no meio da rua, e eu olhei em volta e vi esgoto que descia de um terreno bem ao lado do ponto, vi bagaço de cana na sargeta, senti cheiro de urina, lixo... isso não seria uma novidade pois logo depois ao sair do Centro de Ensino Unificado temos quase um mini lixão. Nele sempre a visita de um cachorro, hoje era um com olhos claros, pêlo cinza, esqueci o nome. Mas é a segunda vez que o vejo revirando o lixo. Nele encontramos sem procurar muito pois está a quem quer ver... arroz, feijão, cascas de frutas, fraldas, filtros de café usados com a borra de café, restos e sobras... uma bela compostagem... isso quando não tem um caixote, um banco velho e quebrado, um pedaço de almofada suja. E logo do outro lado da rua essa criança, essa mãe, essa garrafa, este cachorro, este lixão. Eu passo por lá, todos passam... moradores, trabalhadores, crianças...

Na aula hoje numa discussão sobre mães e filhos, as crianças relataram em média 15 casos de filhos que xingavam, maltratavam ou até jogavam pedras na sua mãe ou pai, na maioria mães... um muito afoita pra falar contou que tinha um primo, era o melhor primo dela, ela tinha cinco anos e este primo era muito legal. Pois não é que o menino virou homem e junto com o crescimento virou bandido? Ele liga na casa dela de vez em vez ameaça a família, pede dinheiro para o pai dela e assim vai... ela contou isso como se fosse uma notícia da televisão... uma qualquer... o primo mais legal hoje ameaça sua família.

E eu me pergunto, os porcos gostam da sujeira ou estão acostumados com ela?

fui no ônibus pensando nisso tudo, olhei em volta e não consegui me acostumar com isso não, por isso cada vez mais não quero voltar.... mas quero que mude.... mas não quero voltar.

segunda-feira, 22 de março de 2010

a Morte da Maria Carolina ou só a Morte.

Morte é transição. mas quase sempre nos esquecemos disso ao receber uma notícia dessa. Fazem anos que não a vejo e sábado minha avó deu esta notícia. É meio bobo pensar que será que fez aquela doceira de mão cheia morrer assim. sem eu nem ter visto, nem lembrava dela.
Olha o egoísmo em relação á partida das pessoas! É sempre este papo: mas eu nem tive tempo de me despedir, mas eu lhe amava tanto, mas isso, mas aquilo. Sempre queremos quem morre pra gente. Claro se for uma pessoa querida. Um pai é sinal de que você vai ficar desamparado, uma mãe idem (eu mesma evito pensar na morte da minha avó pra não pirar, nem sei pra quem eu contaria sobre um novo trabalho, um novo acontecimento, pra chorar..) Na morte da minha mãe também é muito estranho.
As pessoas morrem e a gente se sente perdido no mundo.
As pessoas escolhem viver sua spróprias vidas e a gente se sente perdido no mundo.

Separação e Morte. Pensei sobre a similaridade dessas situações de vida.
e daí leio que a morte é passagem, é momentaneo. é necessário morrer para viver. Será necessário separar para viver? Não. mas sentimos assim muitas vezes. como se não houvesse mais escolhas.

Maria Carolina, mais conhecida como tia Maria, morava na rua da minha mãe, há muitos anos filha da tia Zumira. elas moravam numa casa tão bonitinha, eu queria ter uma casa dessas, a Tia Maria fazia salgadinhos e era filha de Yemanjá. virou budista depois de algum problema numa casa de Santo por aí, algum Candomblé, minha avó já me contou mas eu não me lembro da história.

Morreu de tuberculose. Já estava bem velha.
como minha avó falou: "dizem por aí que foi outra coisa" O que exatamente? "HIV...."

Mas com essa idade pegou como? Olha a resposta de outra pessoa: "De um namorado que andava com ela faz um tempinho..." a minha gente, é só a pessoa morrer pra falar que tem coisa aí no meio, a mulher já tava tão velhinha....

Morrer é poder mesmo. morrer a carne é podre, morrer na terra é muito podre, cheira mal, tem muita coisa envolvida, morrer e buscar as coisas do morto. Tem coisa mais estranha que se deparar com a roupa deixada sob a cama, o chimnelo no canto do quarto, o maço de cigarros que não terminou, pois se foi antes de acaba-lo?
Nem sei como lidar com este tipo de morte, falo sobre a passagem, mas viver a morte é muito complicado.

Prefiro não ir nem a velórios, nem a enterros. Não me esperem. Tchau Tia Maria.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Carta a amarelo

Oi, eu não consegui ver seu e-mail, por isso vou escrever aqu mesmo, mas se você quiser mover isto pra outro lugar tudo bem também. Queria que fosse mais íntimo, menos exposição, porém precisava mesmo te escrever.


Já passaram 5 anos mais oumenos que não temos contato formal, como tinhamos antes, de conversa, de carinho, de risada. Hoje tenho família, assim como você. Cresci, "virei gente" e quero passar a minha vida sendo melhor pra mim e para os outros. Aos 16 anos como você sabe, criou dois adolescentes e segurou mais a onde de tantos outros que frequentaram sua casa (como eu), sabe que nesta idade pouco sabemos como encaminhar a vida de forma "segura", bacana e sem chutar os baldes do caminho. Mas eu passei ligeiramente desta fase e quero seguir em frente, e passar pela minha joven ainda, vida sem multiplicar qualquer que seja sentimento de raiva, ressetimentos, ódio ou coisas do tipo. Você foi e é exemplo de vida, que só descobri (sem tirar os exemplos adolescentes é claro!) hoje que tenho um filho, um companheiro...


Sua filha, filho, sobrinhos descobrirão este tipo de entendimento que estou falando daqui um tempo... você sabe o que é, e isso me reconforta. Escrevi para falar que eu entendi tudo o que aconteceu, entendi sua posição, entendi o que sentiu e posso dizer que estou agora escrevendo com compaixão. Não acredito em "desculpas" (palavras vazias) mas acredito em se colocar no lugar do outro. Hoje. Te envio de coração e com verdade os sentimentos melhores e que você possa recebe-los com verdade.

Ainda sei que deve ser difícil pensar nesta época, porém o tempo passa (ou não), mas pra mim passou muita coisa, e as que não passaram vão aos poucos no seu momento devido.

Um abraço e espero que entenda o que escrevi...

Ariane.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Imagens em Ação!

Imagens de gente por escolas, metrôs, ônibus, sescs...curiosidade de gente...

sábado, 6 de março de 2010

Fuga: escolha, necessidade, consequencia...?

O nome do blog já indica uma vontade não permanente, mas que em algumas foi recorrente no pensamento de milhares de mulheres (já que sou uma e o blog se refere aos pensamentos e memórias de uma). Vamos olhar pelo prisma da fuga esta semana, e em varios momentos da historia de vida que tenho contado aqui.

Nesta semana no CEU que se localiza em um bairro que é situado em são Paulo, porém é como se fugíssimos de tudo aquilo que conhecemos, eu e meu colega ao fazer nscrições numa mesa para crianças participarem das atividades propostas nos deparamos com uma mulher de cheiro muito forte, os cabelos despenteados, faltavam alguns dentes e sua simpatia era incrível! Veio fazer a inscrição dos filhos e comentou sobre que uma dança, e até lhe rendeu 3 mil reais num concurso, a outra faz não sei o quê... e por último tirou a certidão de mais dois, filhos de criação. Perguntei sobre eles, como são, e tudo mais... como diz D. Giselda sabemos muito sobre os alunos no ato da inscrição. A mulher me contou que a mãe deles fugiu... abandonou as crianças á própria sorte. ela não é  familiar da moça, simplismente vivia perto e pegou estas crianças para criar. Já tem 3 anos o ocorrido e esta que fugiu, teve ao todo 19 filhos algus morreram de doença, e o que mais me chocou foi um que tinha deficiencia mental e física e a mãe não o limpava, consequencia? Como a narradora disse: "Os bichos comeram ele". Ela não lhe trocava as fraldas....
Outros filhos cada qual no seu mundo, cada qual que se vire. A mulher espera que tenha a guarda da última criança que nasceu, disse que o conselho tutelar já vai levar pra ela cuidar. Tem meses a criança.
Na vinda pra casa, como numa vontade de fugir deste lugar que esta não foi, nem vai ser a última história que vamos nos deparar na vida, eu pensei sobre as fugas de cada um. Seja a pressão exeterna "do mundo", seja da necessidade de se afastar por um sonho, ou por sonho nenhum por qualquer coisa... ou simplesmente aconteceu.. quando você viu já estava longe com outra vida.

Um outra colega e amiga do trabalho desenvolvido neste bairro tão peculiar o Jd Horizonte Azul, Vera Cruz, dentro do Jd Ângela.... comentou sobre um roteiro que tem vontade de falar, de mostrar no cinema. Falamos sobre o fato de ser mentira toda esta história de 19 filhos... mas não é não. Isso é mais comum que qualquer coisa. Existem essas variações de fuga. É possível fugir do espaço estando denro dele, ou permanecendo ao redor dele? Eu já vi e vivi vários momentos destes. A fuga do meu pai biológico é um exemplo, ele não esteve presente mas rodeava meus pensamentos, minhas histórias, minhas contradições, minha própria imagem. A fuga comedida da minha mãe.... numa conversa um dia em casa ela ao reclamar da situação crada sobre ela mesma, tive de falar que foi sobre sua própria escolha, a escolha de simplesmente deixar. É tão dificil falar em fuga, neste caso ela estava presente em momentos recortados.
A fuga das amizades tão conhecidas, de tanto tempo junto, tanta cumplicidade se esvai....nossa cabeça é incrível ela trama contra si. nossas vontades de fugir de si. Outra situação, é o medo de ser, o medo estar de atravessar a ponte como um amigo comenta sempre, este atravessar é o assumir o medo e suas inseguranças...
Se for pra escrever sobre as fugas de todos que conheço, vou encontrar muitos fujões! todos são.

terça-feira, 2 de março de 2010

Lembranças e comemorações

Algumas vezes tive estes momentos que marcam, algumas vezes não, muitas vezes.
Ja contei que no aniversário de 4 anos tive meu vestido queimado pela minha mãe, mas teve um final feliz!

Mas as coisas marcantes nos aniversários, além da ansiedade por saber se as pessoas iam dar parabéns, se recebesse presentes e essas coisas, era acordar com café da manhã na cama. Minha avó sempre que podia deixava ou trazia pra mim, meu café com leite e um pão com manteiga. era tão bacana, a gente se sente lembrado, acarinhado de um jeito que só as mães e avós sabem fazer. Em um dos meus anniversários, acho que foi o de 14 anos, tive um dia muito maluco, era quarta feira de cinzas, eu fui á missa, á casa dos meus amgos (ninguém estava), passeiei por toda a pça da árvore... e nada. No fim do dia tive uma surpresa os meus maigos fizeram um festinha, bem simples mas muito linda. Lembro bem disso.

Algumas lembranças são de junto á família, acordar as pessoas aniversariantes era o forte da minha tia mais velha, ela sempre foi família de carteirinha e gostava de fazer surpresas, uma vez ela enrolou um caco de vidro pra dar de presente pro meu tio. Ou então um bilhete super amoroso que minha mãe deixou pra mim.
Uma cesta de café da manhã, eu ganhei e meu irmão também.

As festinhas sempre foram engraçadas, a gente fica com frio na barriga, aquela vontade de gritar! Quanto ams velho, mais nervoso você fica, neste último fim de semana eu fiquei muito nervosa! Achei que meus queridos amigos não viessem, alguns realmente não apareceram (os justificados foram "perdoados"), porém quem estava fez sua presença marcada na minha memória. Cada um representava um núcleo de amigos, de uma fase da minha vida.
Tinha gente de 10 anos atrás que eu não via tanto hoje em dia, mas ouvir as músicas, dançar, falar foi bom demas. Outros de fases mais recentes que ligam á vida que tenho hoje, e os muito especiais e muito presentes, outros de trabalhos que já tive, outros de trabalhos recentes, todos especiais, com histórias e relações diferentes! Me sinto rodeada de amor. Mas é esse mesmo o espírito da comemoração pessoal. A família é fundamental, meu irmão estava todo irmão neste dia, a minha avó fez parte da minha fantasia.

Aos 10 anos, minah família organizou meu "ultimo" aniversário, eu ficava pensando, mas nunca mais vou ter festa? Eles diziam só com 15 anos. Ah meus quinze anos! Fizemos um baile com gente de preto, tocava Queen na minha entrada, um dança especial com o Bruno. Samba Rock ao invés de Valsa com emu padastro. Gostei tanto desse dia. Alugamos um vestido de noiva pra ser o meu de entrada.... num brechó é claro.
Sou da festa, espero por elas todos os anos. Ganhei um divindade nas costas, ela tem me protegido desde o nascimento, sou sua descendente e a homenagem foi feita.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Quem são seus irmãos?

Quem são verdadeiros irmãos?

Eu fui virar irmão aos 6 anos aproximadamente,  sempre fui sozinha a não ser quando ia pra escola, mas em casa era eu e eu mesma. Mas o diferencial foi que meu irmão chegou e não ficou tão perto assim. Ele morava com a minha mãe e padrasto, lá na Quatinga. Ele foi criado diferente. Mas somos muito parecidos.
Meu pai (padastro) sempre nos tratou diferente, mesmos em perceber, não o culpo, mas ele tratava. Sei que gostava de mim, mas, era diferente, quando eu ia pra casa da minha mãe ele não se esforçava pra criar um ambiente  acolhedor... ele sempre me enchia a paciência, mas quando ficávamos juntos só eu e ele tinha uma cumplicidade legal, era como um pai mesmo. chama ele de pai, mas dificilmente ele me chamava de filha. Hoje não temos mais contato, porém ele faz parte de mim, da minha história, depois que completei 18 anos não nos vimos mais, por isso hoje é estranho falar dele, sem ter saudades de tanta coisa, de tnatas histórias da nossa família!
Este meu irmão, por ser mais novo e ser criado difernte, tem habitos diferentes, e quando crança era muito chorão, nossa chorava por tudo! Chamavam ele de sanfona quebrada, ele tinha uma relação muito gostosa com um tio meu chamado Alexandre, ele dava comida pra ele, separava as comidas em montinhos, era muito legal. eu e meu irmão durante algum tempo ficávamos muito sozinhos, os dois. Ele comia muito mal, pra que comesse eu colocava arroz, tomate, carne, feijão dentro do pão e ele comia e achava muito bom.
Ao mesmo tempo eu o infernizava dizia existirem aranhas e casa de aranha no telhado, pois ele era muito chatinho, encrenqueiro, e fofoqueiro. Quando ele chorava eu via o pescoço dele as veias saltarem, tinha muita vontade de apertar.Mas meu irmão quando acordava era um docinho, era engraçado quando dormiamos juntos, ele acordava e sorria pra mim, fazia carinho e eu achava tão bom. Parecia o sorriso do meu pequeno hoje.
Tenho outros dois irmãos. Um chama Mário outro Rafael. o segundo tem algum tipo de deficiência intelectual. parece que apresenta uma certa dificuldade em andar e também não fala.
Eles são irmãos do meu Pai biológico. Na minha ultima procura paterna eu tive estas informações pela minha avó Marcia. ela me contou que o Rfael teve um problema de falta de oxigênio ao nascer.
Não tenho o menor contato com este meu pai. ele não me aceitou como filha e vive com esta família, pela lógica de um tio meu que é irmão dele, este menino que tem esta dificuldade é fruto desta repulsa que ele teve por mim, como se fosse um castigo. este tio é louco. Além de ser metido a Terapeuta... se eu não for rir vpou chorar pois é muito absurdo... Mas eu queria ve-los, o Mario eu vi era bem pequeno, uma graça, parecia comigo. Foi aí que percebi que tinha uma forma de se ver nos outros, foi qundo descobri esta avó, este irmão, este pai de certa forma. Apesar de não parecer com...
Aos 14 anos descobri essa gente, mas não sei muito não. Sei que minha avó foi pra Santos, foi viver a velhice.Mas eles nunca me assumiram e depois de adulta não o farão...
queria ter tido irmãos mais próximos, daqueles que você sai junto.
hoje meu irmão é mais irmão da minha prima do que meu. Eles são adolescentes.. se entendem.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A perda da inocência ou a volta dos que não foram....

Aos treze anos numa balada desmedida eu tomei remédios como cataflan e dipirona pra chamar a atenção da minha família. Aqueles golpes que quase toda criança nesta idade faz, sem motivo sério nenhum, só mesmo pra ganhar mais colo e atenção. Pois que o término da minha saga no hospital São Paulo durou uma madrugada e muita dor nos familiares, e um belo castigo de um mês sem contato com tudo que era a "vida" na época... Foi se então que nos murmurios festis que promoviamos, um deles não contou com a minha presença, e meu querido namoradinho juvenil resolver partir pro caminha das novas descobertas amorosas... tudo muito curioso...
Nesta noite eu tentei fugir, eu tentei falar com a minha avó, eu tentei chorar e tive um tipo de síndrome de pânico com fúria, com sentimento de justiça, de posse... eu não sabia da decição do Juvenil, mas sentia de alguma forma que estava acontecendo, lá dentro de mim... minha avó não me deixou sair, mas alumas semanas depois, sem ao menos desconfiar de nada eu soube. É como se já soubesse sem saber, foi incrível e eu pensei ter poderes mágicos.
Em 2005 a minha vida "mais adulta" começou a vigorar, é como se estivesse aberta para este mundo louco e bacana de sentir e tudo mais que vem com ele. O companheiro iniciou novamente a vida acadêmica neste mesmo período.
Eu conheci um casal que não comia carne e eram da natureza alimentar, muito bacana, quem me apresentou foi o meio do companheiro.
Em 2010 no dia 11 de janeiro eu comecei a escrever este blog, numa fulga da minha própria fúria, com muitas palavras soltas, com muita mágoa, com muita vontade de fugir. Eu sabia que tinha algo errado e somei uma série delas. Isso durou um dia inteiro e contei com a ajuda emocional e mental da minha melhor amiga e mãe. Minha avó.
Mas foi então, como se o destino trouxesse na minha casa o carnaval mais absurdo que já vivi. Numa segunda feira de festejo eu numa situação de conflito doméstico amoroso, logo após as desventuras das palavras, numa vontade de dormir e acordar diferente, não consegui... Sonhei com uma mulher que me rondava, tinha cabelos lisos, e foi estranho pensar que aquilo não tinha a ver com "isso". Fui para o quarto do pequeno e adormeci como e com um anjo que me protegia e me protege!
Seguiu-se menos de uma semana e num Sábado dia 20 de fevereiro de 2010.
Aquele casal vegetariano que já freqentou a minha casa, ja dmeu deu abraço, tapinha nas costas,  foi tema principal da minha noite.
Eu procurei ser toda verdade neste ano, se doer é porque eu preciso passar por isso, como são os ritos de passagem, eles não são fáceis mesmo. Você encara a situação ou não. Eu sempre resolvi encarar, quero a verdade.
Num jogo de conversas de amor, consciliação, eu trouxe a tona as minhas verdades sobre o descobrimento parcial do que na minha verdade eu não consigo digerir! Fo aí que uma personagem tão desmestificada pela minha inteligência se faz presente e me dá uma "lambada". Ah a paixão tomou de conta de dois parceiros, tomou conta do que eu não tive em mais ou menos um mês.
A paixonite aguda, me fez ser gente grande de novo, como diz a minha sogra sábia, são 5 anos de processos pessoais em tudo.... demoramos 5 anos pra fazer daquilo ser mais verdade pra você mesmo.
Passei pela fase da raiva, muita raiva, depois do deboche, depois da risada da minha própria cara, da banalidade de ser quem sou. Fui vítima nem rapidinho e fui MESTRE aplaudida!
Fui ser gente grande! Foi então que descobri que meus Orixás ou meu povo como a minha avó diz, não me deixam nunca! Eles sopram as histórias bem no meu ouvido, é só estar atento pra entender.
Hoje não pude deixar de escrever sobre esta situação que ao meu ver ontem foi absurda, e hoje é um pouco menos, é risonha agora. Contatei a figura e ela quer conversar... não é hilário?
Eu sou da comédia e do drama... o grotesco me acompanha,... quem topa? quem topa a verdade?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Perguntas a avó

Como foi para minha mãe saber que seu pai era o "tio Toninho" aos 6 anos?
A vó Lice foi criada pela sua avó, mulher que nascera na Bahia e sua mãe sumiu no mundo.
Aos 38, 40 anos esta mesma mulher cuidou da sua neta, filha do seu filho Toninho.
A filha de Toninho também teve uma criança que foi cuidada pela sua madastra.
A mãe da filha de Toninho foi criada pela sua mãe mesma, a Velha Rita. Suas irmãs eram Ludinha e Vera que eram lindas. anos 60 e perto da rua Itaboraí ou nela mesma a velha Rita que foi uma mulher que bebia muito. A Lucia que ra irmã de Vera e de Lurdinha, era a mais feia e a mais nova. Seu primeiro filho foi com 14 anos, chama-se Pelé e morou com a avó da sua segunda filha Marcia que foi criada pela Vó Etelvina, vó de seu pai João Bola, sua terceira filha foi criada pela vó Lice, mãe do vô Toninho.
Com cada filho a Lucia aparecia de vez em vez e trazia brinquedos e pinduricalhos que ganhava na casa de gente que ela trabalhava. Trançava o cabelo das filhas Cristiane e Marcia. Depois ia embora. Ela trançou uma vez meu cabelo, faz tempo, e foi uma das melhores que trançou meu cabelo.
Depois que foram morar com a mãe, Márcia engravidou e contraiu o vírus HIV, além de se viciar em cocaína.
Pelé tinha 17 anos quando foi preso, Cristiane aos 19 engravidou e Patrícia também. Pico foi o único que ela criou, mas também foi preso.

O Toninho tinha o nome do pai, Antonio. O Antonio era muito severo.
o vô Antonio tinha mãe portuguesa e pai que nasceu na época do ventre livre.
Ele gostava mais da mãe porque era branca. Do pai tinha raiva porque além da mãe como mulher ele também dormia com a tia, com quem teve um filho.
Nasceu em Valinhos- RJ e veio pra São Paulo pra trabalhar de pedreiro, na bela vista conheceu a Ondina Alice Santos, na rua pedroso. Tiveram um romance e foram morar na Martiniano de Carvalho, na casa do Leão - Vl Itororó, eu morei nesta rua quando casei.
Lá ela pariu o primeiro filho. Depois foi para Pça da Árvore onde compraram o terreno para morar e viver. Ele era muito bravo, rígido e agressivo, o seu filho teve muita mágoa dele. Uma vez, ou algumas vezes ele visitara a família deste filho e este mandou que as crianças ficassem quietas para que o velho não as ouvisse em casa, assim pensaria que ninguém estava. Dizia ás crianças para não ficarem no sol, para não escurecer.
Ele me conheceu, eu não o conheci. Tenho que perguntar sempre.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Em Diadema eu

Lembro do zunido do pernilongo perto da minha orelha,
do cheiro de camarão seco para comida santo
os pratos brancos para os altares
as casinhas dos orixás
de dormir nas saias e saiotes
do cheiro de banho de folha na minha avó e avô
de andar num tecido que era pano da costa e era de brocado, doía o pé mas era muito engraçado
água com rosas
alfazema, muita alfazema jogada nas pessoa quando cantavam pra oxum
dos beijos e abraços das filhas de santo
meu avô com bermuda aparecia o começo do bumbum
da pele do meu avô que apertada ficava com furinhos
de comer queijo de nó escondida de madrugada
parede mofada e escura do banheiro
cheiro dos banhos de folha no banheiro
tomar banho com a minha mãe
caixa de música da minha tia
mordida da monique na minha testa
meu avô gritando comigo por causa da mordida
minha avó com a roupa furada lavando roupa
ficar dentro do cesto de roupa suja
mexer nos lugares abandonados
Gostar de lugares desertos e empoeirados, com muita história imaginada.

Em Diadema

Na casa do meu avô eu morei durante alguns anos, poucos, porém marcantes...
Nossa casa ficava em diadema, municipio vizinho á São Paulo, mais precisamente em Eldorado. Neste lugar tinha um nome de Vila Paulina...3 nomes para este lugar onde morei. Quando eu era bem pequena acho que uns 4 anos eu comi uma folha destas bem grandes que nascem em lugares úmidos. Pensei que era verdinho, azedinho...aquele trevo que muitas crianças inclusive eu comeram demais por aí... mas eu achei que esta planta era gigante e uma delícia, porém ao comê-la minha garganta fechou, tive um engasgo forte e corri para minha avó...como hoje meu pequeno faz comigo, é nítida a lembrança... ela me mandou tomar leite puro.
No meu aniversário de 4 anos, minha avó fez um vestido branco lindo de cetim... era rodado e tinha alcinhas trançadas com cetim cor-de-rosa. Ela pediu para minha mãe passar. Ela o queimou, bem na frente... lembro da minha avó falando que ela tinha a mão mágica... tanto tempo ouvi esta expressão com ela "mão mágica".
Foi um estrago bem no dia da festinha queles tinham preparado... minha avó tinha uma amiga a Regina, que pelas histórias era muito habilidosa com moda... enfim, ela fez uma laço, um laço Rosa, lindo e costurou na frente deste meu vestido. Foi o que nos salvou! Neste dia ganhei uma boneca linda, tinha os cabelos brancos, um sorriso de criança e corpo de pano. colei esta boneca nos braços por muito tempo, mas um dia vi que minha avó estava mexendo num quartinho que tinha muitas bagunças, muito coco de pomba, muita poeira... na casa deste meu avô sempre tinha uns lugares abandonados. Lá estava minha boneca, cheia de sujeira de pombos, na época fiquei muito triste de ter esquecido dela.
Meu avô sempre bateu em seus filhos, nas suas histórias sempre aparecem torturas como beber leite á força, jogar cerveja na cabeça de um ou bater com chicote de couro em outro... além dos palavrões... em mim ele nunca encostou, mas eu tinha um afeto, uma admiração por ele incrível.
Quando nos mudamos para São Paulo, minha avó ainda frequentava o candomblé e ao chegar na Vila Paulina eu me sentia uma princesa, era engraçado, tinha um certo poder.
Eu voltava para as minha origens... que origens? Eu era a neta do Seu Toninho. Gostava de ficar lá, era frio, frio... minha avó voltava de madrugada, cedinho pra casa em São Paulo. No dia de toque eu ficava dormindo e ouvindo os tambores, minha avó diz que fui criada ouvindo os tambores... dentro da roda do candomblé.
Quando fui crescendo, continuava a ir, mas uma vez eu que adoro mexer em tudo que é diferente, aos 11 anos dentro da sala da casa do meu avô, pequei um gravador e fiquei ouvindo alguns sons... daí eu coloquei no bolso e levi para casa, de lá levei pra escola, adorei este objeto, fiquei gravando minha voz, das minhas amigas.

Alguém furtou da minha mochila, acho que foi um menino chamado "chuleta", na escola. Descobriram e fizeram um estardalhaço, minha família disse que iria de casa em casa para ver se eu tinha roubado algo... que meu avô não queria olhar na minha cara, que não me deixaria subir mais. Confiança acabou, olhares pesados, minha mãe não falava nada. Minha tia sugeriu me levar ao psicologo, ela era formada nesta área... eu achei ótimo sempre quis fazer terapia, análisse, achava chique... ninguém me levou.

Mas eu não roubei dele, nem furtei. só peguei mesmo porque achei interessante... até hoje não sei porque este medo de virar trombadinha... não roubo ninguém hoje...mas continuo querendo me ouvir, gravar coisas, registrar sons, desenhos, me registrar como agora.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Continuamos na casa dos antepassados

Ontem fui ao teatro com o parceiro. Conversamos sobre as coisas que estou escevendo aqui, lembre que minha bisavó pintava as unhas grandes, grandes, de lilás. lembro uma vez que ela pegou no meu braço, como fazia com as crianças, e daí via suas unhas... ela também usava turbante. Ela tinha cheiro de colônia da Avon, ela vendia Avon. Me deixava brincar com os saquinhos cheios de ar que vinham junto com os produtos. Ela tinha um boutique!!!! Agora que me lembrei! Boutique da D. Alice. Uma vez minha bisavó estava conversando com uma senhora, não sei quem era... ela disse que foi saber que minha mãe se chamava Alice também depois de muitos anos dela morando junto com ela.... achei estranho na época.

Na casa da vó Lice tinha um livro chamado o diário de laura palms.... muitos lembram deste seriado que passava na globo, twin peaks... enfim
ela tinha este livro na prateleira, eu com 7 anos queria ler, ler...daí comecei a ler este livro e morri de medo, pois era de conteúdo adulto, começava com a morte da estudante, com ameaças escritas no seu diário... bom me lembro de várias vezes esconder o livro entre os vãos do sofá ou mesmo em cestos de vime na casa da vó lice, porém virava e mexia o tempo ele estava lá na prateleira de novo, quando eu passava pela estante, tinha muito medo... A minha amiga Mari tem a série completa desta estória aí citada... ela adora! Eu ainda tenho medo... Os almoços na casa da vó lice demoravam muito, cerca de 4 horas da tarde é que ficavam prontos....
Minha avó era uma viúva que já tinha se separado do marido quando ele morreu. eu não lembro do meu bisavô Antonio. diziam que eu tenho a cor de pele dele. Ele teve outras mulheres além da minha Bisavó.
Ela tinha um relacionamento com um homem que eu gostav muito, o Vô Zé. na minha cabeça o nome é vozé. Ele era alcólatra, e era o responsável por todas as obras que aconteciam no cortiço. Pintava, construia, derrubava, fazia laje...tudo. Ele tinha a mão com algum defeito, era meio tortinha. Ele era negro e tinha uma pele bonita, os olhos eram verdes e tinha uma barba grisalha. Quando ficava bêbado a minha avó não deixava ele entrar em casa, ele gritava no quintal: " ô murilo"!!! "ô murilo"!!! ahahahhaha é engraçado hoje, mas quando eu ouvia ficava morrendo de medo... isso com uns 4 anos... daí quando passava ela dava um balde de água fria nele! Uma vez ele brincou que estava bebado e ficava piscando pra mim, pra enganar a vó. Ela falava saí Zé, não quero ninguém bêbado aqui... sai zé e ele ficava empurrando a porta. Quando a minha bisavó morreu ele ficou muito triste e depois de muito tempo até hoje não sei o que aconteceu com ele... se morreu, se está vivo... não sei.
Uma vez eles estava arrumando esta porta que citei acima, era uma tarde que voltara da pré escola. Tinha tido uma comemoração, acho que era setembro, pois tinhamos feito umas bandeiras e pintado, eu levei a minha pra casa, e quando estavam arrumando a porta de vidro, com massa epóxi, eu queria brincar com a massa. minha bisavó fez uma galinha pequena de epoxi. íamos achar uns palitos pra fazer as pernas. eu queria quebrar o palito da bandeira, ela não deixou. Eu insisti... ela disse que não faria mais nada se eu quebrasse minha bandeira. Eu insisti e quebrei, ela me deixou na mesa, nem lembro mais de ter feito alguma coisa com esta massa, com galinha nem com bandeira...
Quando minha avó dava banho em mim, ela chamava a região dos genitais de "luiza", era engraçado ela falava, vamos lavar a "luiza"!!! Tinha até uma banheira na casa dela, bem antiga!  Lembro bem do cheiro.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Na casa dos antepassados

Na casa dos antepassados, mais precisamente na que passei parte da minha infancia... No cortiço da tia Alice, a minha bisavó. Fica na Quatinga, rua muito antiga da região da praça da árvore.
Minha bisavó morreu faz alguns anos, em 1996 me lembro que ela faleceu. eu muito criança não lembro de ter uma sensação tão forte, e no velório foi mais um evento que vi as pessoas chorosas...
Ela quem criou a minha mãe. foi como uma mãe, do seu entendimento no assunto. A minha avó biologica teve uns cinco filhos, cada qual com um pai diferente, todos viviam com suas respectivas avós. Não seria diferente com a minha mãe. Aos seis anos minha mãe soube que o tio Toninho na verdade era seu pai. Imagino uma criança que morava num lugar que tinha os primos e meio irmãos por pertos todos com suas mães e pais semi ou presentes e só ela sendo cuidada pela sua avó. Todos sempre falaram sobre as noites em que minha mãe acordava molhada de xixi. Isso foi um assunto muito comentado, era como uma marca. Ela até os 15 anos fez xixi na cama. E será que precisa perguntar o porque? Lembro de ser bem pequena e todas as minhas tias, a minha avó, meu padrasto incluse ter comentado de que havia ocorrido fato semelhante mesmo depois de adulta, e os esforços matutinos para esconder os lençóis molhados.
Tinha um pouco de pena e ficava constragida por ela.
Várias vezes na minha infância tive pena da minha mãe.
Ontem deixei que ela tomasse conta do pequenno para que fosse trabalhar, isso tem se tornado mais rotineiro, ela tem se oferecido mais... enfim, ele foi ficr na casa dela. Minha ma~e mora no cortiço que foi fundado pela minha bisavó. O cheiro novamente me invadiu a memória, estava chovendo, nossa o cheiro é ainda mais forte, a água não lava, ela reforça! Lembro de ouvir o barulho da água caindo quando ia visitar a minha mãe na infancia. Parecia barulho de cachoeira... eram os andares do cortiço que hoje parece tão menor.
Lembrei de alguns personagens deste lugar...
o Japonês mais sujo que eu já vi, não falava uma só palavra em português, sujo, mas muito sujo. morava num quartinho em frente a casa da minha mãe, o quarto fedia só de passar na porta.
O Seu Pedro, um homem muito velho que desde que eu era pequena ele já era velho, também sujo, tinham que armar um esquema uma vez por semana para dar banho no velho. Tinha os pés bem machucados, alguma doença que não se curava há anos. Os pés davam medo... quando eu era bem epquena ele me dava aqueles doce de leite em saquinho, com o tempo não dava mais nada, gastava tudo em bebida no bar, minha bisavó me mandava chama-lo ás vezes... uma vez ele disse que quando eu ficasse mais velha ele se casaria comigo... tive muito medo dele.
Ana minha tia avó, que tem paralisia cerebral e era minha companheira na sala quando ia assistir ao chaves ou tirar a soneca da tarde. a Ana range os dentes, Ana usava fralda de pano, Ana babava muito. Eu gostava dela mas ás vezes gritava muito. A vó Lice lavava todas as fraldas sozinha....
Tia lia está lá até hoje também é tia avó. Ela me chamava de xuxa preta... morava num quarto debaixo do quarto da minha mãe. Ela foi custureira duranteum tempo, sempre dava pijamas, camisetas e shorts de presente, ela quem os fazia.
Algumas vezes minha mãe saia pra trabalhar de madrugada na CMTC, ela era cobradora,  eu sentia que ela saía da cama e tinha saudades, depois minha bisavó deitava ao meu lado.
Uma vez minha mãe chegou e eu só vi pelo corredor ela recebeu uma surra da vó lice. Fiquei pensando porque ela apanhava sendo adulta?

Ela sempre apanhou, nas conversas de família isso nunca fo escondido...os presentes que ela ganhava eram guardados durante anos pois poderiam estragar...

Porque minha mãe teve esta infancia? porque teve esta vida? Aos 18 anos ela saiu de casa, foi expulsa por conta de uma briga... foi morar com a sua mãe e sua irmã que morava com avó que morreu também foi... alguns meses depois ela engravidou de mim. A mãe dela alcólatra dizia que eu nasceria doente, com algum problema enfim, dava socos na sua barriga... minha mãe passou fome e não fez nenhum pré natal...outro dia ela me confessou que até pensou em se matar...No final da gravidez foi morar com sua madrasta e a família do seu pai. Foi bem cuidada e eu nasci. Em Diadema, depois do Carnaval...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Passada a nebulozidade...

Acorda, toma café, dá chamego, toma rum banho de folhas de manjeiricão. Quando frequentava a Umbanda todas as sextas feiras tomava um banho de folhas, isso é tradição ou pelo emnos foi por alguns mebros da minha família que tem como crença o poder das ervas, minha avó veio ontem e preparou meu banho, o parceiro tomou e gosta. Manjericão é uma planta que segundo algumas pessoas, pode acalmar...erva ligada ás crianças, aos ibejis sendo assim nos deixa mais brandos, dá-se ou toma-se em momentos de turbulência pode-se acrescentar mel, alguns colocam a~´ucar da cabeça pra baixo aquele banho morninho de água de chuveiro.... vai embora zica....

Partimos para o destino: Paranapiaca em Sto André, queríamos uma cachoeira, encontramos um tipo de reservatório agradável com os locais o pequeno pode se refrescar, até tinha uma queda dágua...

Boa volta, Anchieta, riacho grande... Meu tio alexandre nos levava muito ao Riacho Grande, íamos ao estoril, nadar, brincar, meu irmão uma vez enquanto o tio pescava jogou a touca na água. os peixes eram pequenos, foram uns 6 ou 8 peixes... ao chegar em casa ele os limpou e fritou. Lembro de ter sido bom ajudar a pescar no estoril. A Ingrid nem tinha nascido, era uma época diferente, meu irmão tinha a idade do meu piconi.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

caderno novo

Começo de ano, tem caderno novo. na primeira série já no Jean Mermoz eu comecei numa escola de verdade tinha cadernos novos era uma alegria começar o ano e comprar o material escolar. Hoje comecei a recortar todos os desenhos que tenho feito nesse ultimo ano e meses e estou colando no meu caderninho. Meu pequeno filho está me ajudando com muitos beijinhos e energias positivas. A vida de quem nasceu sob aspecto de netuno é assim um mar de emoção. são ondas, elas vão e vem.....

To em construção.

Minha avó querida me deu a maior força hoje, veio até aqui e me deu colo palavras que já estavam em mim, ela reavivou, amo demais minha avó. Tenho vergonha ás vezes de falar das minhas coisas íntimas com meus amigos, mas algumas eu falo pra ela. Talvez o que me incomoda no todo é a falta de sinceridade consigo mesmo. Eu me assumo, queria ver mais gente se assumindo.

passou um pouco....

Ao acordar senti meus olhos doendo, eles estão inchados por causa de tanto choro. Mas ouvi dois bons-dia que me acalmaram. um mais pequerrucho teve até um abraço com beijo. Já me diziam que ás vezes minha reação como defesa é o ataque, dói ser assim... tem reações, respostas que não são agradáveis, mas vamos em frente.

Ontem visitei a casa da minha mãe, fazia uns 2 anos que não ia lá, e percebi que está tudo tão pequeno. o cheiro continua o mesmo. úmido de gente de cortiço, isso sem ver as pessoas é só o cheiro delas que fica no ar e se misturam. Tenho mil lembranças desta parte da minha inafância que vai até uns 7 ou 9 nove anos que foi quando minha bisavó morreu. Quero escrever muito!

Preciso escrever muito!

Muitas vezes penso que a minha história se confunde com a da minha mãe, apesar de tantos elemnetos e formas de sentir diferentes, mas eu me acho nessa história sim. Me dá um pouco de raiva, mas minhas tias ou minha avó falavam que meu bisavô comentava sobre a velhice e sobre parecer com seus pais... é assustador, principalmente nas horas ruins, quando você repete coisas ruins...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vamos começar com dor e vontade de fugir...

Tá tudo relativamente bem, porém estamos num momento um pouco dificil. ser mãe não é fácil, criar uma pessoa em conjunto em comunidade também não e ultimamente tive vontade de fugir. Quantas pessoas, mulheres (homens nem se fala) não tem esta sensação? Ai eu to pirando! Mas tudo bem... lembrem-se desabafo... uffff dia primeiro da menstruação tem seu peso? deve ter...

Criança beirando seus 3 anos e louca no desafio de viver com outras pessoas, se afirmar perante a todos, claro quem não passou por isso? mas não nos lembramos... é tão dificil quando existe o cansaço, a toelrancia, melhor a condecendencia.... tenho raiva! megera eu sou mesmo, brava, louca, fora de mim, mas vamos falar a porra da mesma língua? precisamos!

Me sinto fraca, sem apoio... isso é ruim. Meu plano de fuga é: Escrever uma carta, igual nos filmes. Xingando a todos, todos mesmo a começar pelas vilãs que o querem roubar o pequeno de mim! Ah suas calhordas!!!! Vocês exigem a atenção então tá, desapaço!!!! hahahahaha se deliciem, sejam felizes, criem mal, abusem da comida ruim, do consumo exagerado, das birras, da falta de limites e é claro dos melhores momentos e sorrisos que obtevam afinal sou uma Mãe muito Má! eu lhe entrego!!!! E você o macho poderá ser livre e trabalhar, cantar, tocar, conversar, vai voar pelo campo ser um ser sem fronteiras... nem precisa se preocupar você não terá mais cobranças, cara feia, brigas, perguntas ou telefonemas... fique em paz, vá! Aos outro mais próximos saudades. porém não tenho paciência de contar o que houve, eu só fui!

Porque tem tanta coisa pra fazer? Porque temos que andar contra a maré?
Luta diária! escovar dentes, comer direiro, não bater, ser amoroso, passar pomadas, não ver tv, ver tv, é muita coisa, queria ser bicho.

Este meu plano é trite demais, mas é um plano baseado na liberdade. Aquela que não existe a selvagem é claro. Eu não suporto a solidão, não suporto não ter carinho. Não suporto não poder amar.

Queria outro rebento, não quero mais! Não quero mais ninguém.... quero chorar, chorar e mais mais mais.

To escrevendo no papel também, o papel é mais dificil é um registro mas é pessoal, aqui é público, mas é diferente.

Tem mais as próximas são as memórias.