quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Quem são seus irmãos?

Quem são verdadeiros irmãos?

Eu fui virar irmão aos 6 anos aproximadamente,  sempre fui sozinha a não ser quando ia pra escola, mas em casa era eu e eu mesma. Mas o diferencial foi que meu irmão chegou e não ficou tão perto assim. Ele morava com a minha mãe e padrasto, lá na Quatinga. Ele foi criado diferente. Mas somos muito parecidos.
Meu pai (padastro) sempre nos tratou diferente, mesmos em perceber, não o culpo, mas ele tratava. Sei que gostava de mim, mas, era diferente, quando eu ia pra casa da minha mãe ele não se esforçava pra criar um ambiente  acolhedor... ele sempre me enchia a paciência, mas quando ficávamos juntos só eu e ele tinha uma cumplicidade legal, era como um pai mesmo. chama ele de pai, mas dificilmente ele me chamava de filha. Hoje não temos mais contato, porém ele faz parte de mim, da minha história, depois que completei 18 anos não nos vimos mais, por isso hoje é estranho falar dele, sem ter saudades de tanta coisa, de tnatas histórias da nossa família!
Este meu irmão, por ser mais novo e ser criado difernte, tem habitos diferentes, e quando crança era muito chorão, nossa chorava por tudo! Chamavam ele de sanfona quebrada, ele tinha uma relação muito gostosa com um tio meu chamado Alexandre, ele dava comida pra ele, separava as comidas em montinhos, era muito legal. eu e meu irmão durante algum tempo ficávamos muito sozinhos, os dois. Ele comia muito mal, pra que comesse eu colocava arroz, tomate, carne, feijão dentro do pão e ele comia e achava muito bom.
Ao mesmo tempo eu o infernizava dizia existirem aranhas e casa de aranha no telhado, pois ele era muito chatinho, encrenqueiro, e fofoqueiro. Quando ele chorava eu via o pescoço dele as veias saltarem, tinha muita vontade de apertar.Mas meu irmão quando acordava era um docinho, era engraçado quando dormiamos juntos, ele acordava e sorria pra mim, fazia carinho e eu achava tão bom. Parecia o sorriso do meu pequeno hoje.
Tenho outros dois irmãos. Um chama Mário outro Rafael. o segundo tem algum tipo de deficiência intelectual. parece que apresenta uma certa dificuldade em andar e também não fala.
Eles são irmãos do meu Pai biológico. Na minha ultima procura paterna eu tive estas informações pela minha avó Marcia. ela me contou que o Rfael teve um problema de falta de oxigênio ao nascer.
Não tenho o menor contato com este meu pai. ele não me aceitou como filha e vive com esta família, pela lógica de um tio meu que é irmão dele, este menino que tem esta dificuldade é fruto desta repulsa que ele teve por mim, como se fosse um castigo. este tio é louco. Além de ser metido a Terapeuta... se eu não for rir vpou chorar pois é muito absurdo... Mas eu queria ve-los, o Mario eu vi era bem pequeno, uma graça, parecia comigo. Foi aí que percebi que tinha uma forma de se ver nos outros, foi qundo descobri esta avó, este irmão, este pai de certa forma. Apesar de não parecer com...
Aos 14 anos descobri essa gente, mas não sei muito não. Sei que minha avó foi pra Santos, foi viver a velhice.Mas eles nunca me assumiram e depois de adulta não o farão...
queria ter tido irmãos mais próximos, daqueles que você sai junto.
hoje meu irmão é mais irmão da minha prima do que meu. Eles são adolescentes.. se entendem.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A perda da inocência ou a volta dos que não foram....

Aos treze anos numa balada desmedida eu tomei remédios como cataflan e dipirona pra chamar a atenção da minha família. Aqueles golpes que quase toda criança nesta idade faz, sem motivo sério nenhum, só mesmo pra ganhar mais colo e atenção. Pois que o término da minha saga no hospital São Paulo durou uma madrugada e muita dor nos familiares, e um belo castigo de um mês sem contato com tudo que era a "vida" na época... Foi se então que nos murmurios festis que promoviamos, um deles não contou com a minha presença, e meu querido namoradinho juvenil resolver partir pro caminha das novas descobertas amorosas... tudo muito curioso...
Nesta noite eu tentei fugir, eu tentei falar com a minha avó, eu tentei chorar e tive um tipo de síndrome de pânico com fúria, com sentimento de justiça, de posse... eu não sabia da decição do Juvenil, mas sentia de alguma forma que estava acontecendo, lá dentro de mim... minha avó não me deixou sair, mas alumas semanas depois, sem ao menos desconfiar de nada eu soube. É como se já soubesse sem saber, foi incrível e eu pensei ter poderes mágicos.
Em 2005 a minha vida "mais adulta" começou a vigorar, é como se estivesse aberta para este mundo louco e bacana de sentir e tudo mais que vem com ele. O companheiro iniciou novamente a vida acadêmica neste mesmo período.
Eu conheci um casal que não comia carne e eram da natureza alimentar, muito bacana, quem me apresentou foi o meio do companheiro.
Em 2010 no dia 11 de janeiro eu comecei a escrever este blog, numa fulga da minha própria fúria, com muitas palavras soltas, com muita mágoa, com muita vontade de fugir. Eu sabia que tinha algo errado e somei uma série delas. Isso durou um dia inteiro e contei com a ajuda emocional e mental da minha melhor amiga e mãe. Minha avó.
Mas foi então, como se o destino trouxesse na minha casa o carnaval mais absurdo que já vivi. Numa segunda feira de festejo eu numa situação de conflito doméstico amoroso, logo após as desventuras das palavras, numa vontade de dormir e acordar diferente, não consegui... Sonhei com uma mulher que me rondava, tinha cabelos lisos, e foi estranho pensar que aquilo não tinha a ver com "isso". Fui para o quarto do pequeno e adormeci como e com um anjo que me protegia e me protege!
Seguiu-se menos de uma semana e num Sábado dia 20 de fevereiro de 2010.
Aquele casal vegetariano que já freqentou a minha casa, ja dmeu deu abraço, tapinha nas costas,  foi tema principal da minha noite.
Eu procurei ser toda verdade neste ano, se doer é porque eu preciso passar por isso, como são os ritos de passagem, eles não são fáceis mesmo. Você encara a situação ou não. Eu sempre resolvi encarar, quero a verdade.
Num jogo de conversas de amor, consciliação, eu trouxe a tona as minhas verdades sobre o descobrimento parcial do que na minha verdade eu não consigo digerir! Fo aí que uma personagem tão desmestificada pela minha inteligência se faz presente e me dá uma "lambada". Ah a paixão tomou de conta de dois parceiros, tomou conta do que eu não tive em mais ou menos um mês.
A paixonite aguda, me fez ser gente grande de novo, como diz a minha sogra sábia, são 5 anos de processos pessoais em tudo.... demoramos 5 anos pra fazer daquilo ser mais verdade pra você mesmo.
Passei pela fase da raiva, muita raiva, depois do deboche, depois da risada da minha própria cara, da banalidade de ser quem sou. Fui vítima nem rapidinho e fui MESTRE aplaudida!
Fui ser gente grande! Foi então que descobri que meus Orixás ou meu povo como a minha avó diz, não me deixam nunca! Eles sopram as histórias bem no meu ouvido, é só estar atento pra entender.
Hoje não pude deixar de escrever sobre esta situação que ao meu ver ontem foi absurda, e hoje é um pouco menos, é risonha agora. Contatei a figura e ela quer conversar... não é hilário?
Eu sou da comédia e do drama... o grotesco me acompanha,... quem topa? quem topa a verdade?

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Perguntas a avó

Como foi para minha mãe saber que seu pai era o "tio Toninho" aos 6 anos?
A vó Lice foi criada pela sua avó, mulher que nascera na Bahia e sua mãe sumiu no mundo.
Aos 38, 40 anos esta mesma mulher cuidou da sua neta, filha do seu filho Toninho.
A filha de Toninho também teve uma criança que foi cuidada pela sua madastra.
A mãe da filha de Toninho foi criada pela sua mãe mesma, a Velha Rita. Suas irmãs eram Ludinha e Vera que eram lindas. anos 60 e perto da rua Itaboraí ou nela mesma a velha Rita que foi uma mulher que bebia muito. A Lucia que ra irmã de Vera e de Lurdinha, era a mais feia e a mais nova. Seu primeiro filho foi com 14 anos, chama-se Pelé e morou com a avó da sua segunda filha Marcia que foi criada pela Vó Etelvina, vó de seu pai João Bola, sua terceira filha foi criada pela vó Lice, mãe do vô Toninho.
Com cada filho a Lucia aparecia de vez em vez e trazia brinquedos e pinduricalhos que ganhava na casa de gente que ela trabalhava. Trançava o cabelo das filhas Cristiane e Marcia. Depois ia embora. Ela trançou uma vez meu cabelo, faz tempo, e foi uma das melhores que trançou meu cabelo.
Depois que foram morar com a mãe, Márcia engravidou e contraiu o vírus HIV, além de se viciar em cocaína.
Pelé tinha 17 anos quando foi preso, Cristiane aos 19 engravidou e Patrícia também. Pico foi o único que ela criou, mas também foi preso.

O Toninho tinha o nome do pai, Antonio. O Antonio era muito severo.
o vô Antonio tinha mãe portuguesa e pai que nasceu na época do ventre livre.
Ele gostava mais da mãe porque era branca. Do pai tinha raiva porque além da mãe como mulher ele também dormia com a tia, com quem teve um filho.
Nasceu em Valinhos- RJ e veio pra São Paulo pra trabalhar de pedreiro, na bela vista conheceu a Ondina Alice Santos, na rua pedroso. Tiveram um romance e foram morar na Martiniano de Carvalho, na casa do Leão - Vl Itororó, eu morei nesta rua quando casei.
Lá ela pariu o primeiro filho. Depois foi para Pça da Árvore onde compraram o terreno para morar e viver. Ele era muito bravo, rígido e agressivo, o seu filho teve muita mágoa dele. Uma vez, ou algumas vezes ele visitara a família deste filho e este mandou que as crianças ficassem quietas para que o velho não as ouvisse em casa, assim pensaria que ninguém estava. Dizia ás crianças para não ficarem no sol, para não escurecer.
Ele me conheceu, eu não o conheci. Tenho que perguntar sempre.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Em Diadema eu

Lembro do zunido do pernilongo perto da minha orelha,
do cheiro de camarão seco para comida santo
os pratos brancos para os altares
as casinhas dos orixás
de dormir nas saias e saiotes
do cheiro de banho de folha na minha avó e avô
de andar num tecido que era pano da costa e era de brocado, doía o pé mas era muito engraçado
água com rosas
alfazema, muita alfazema jogada nas pessoa quando cantavam pra oxum
dos beijos e abraços das filhas de santo
meu avô com bermuda aparecia o começo do bumbum
da pele do meu avô que apertada ficava com furinhos
de comer queijo de nó escondida de madrugada
parede mofada e escura do banheiro
cheiro dos banhos de folha no banheiro
tomar banho com a minha mãe
caixa de música da minha tia
mordida da monique na minha testa
meu avô gritando comigo por causa da mordida
minha avó com a roupa furada lavando roupa
ficar dentro do cesto de roupa suja
mexer nos lugares abandonados
Gostar de lugares desertos e empoeirados, com muita história imaginada.

Em Diadema

Na casa do meu avô eu morei durante alguns anos, poucos, porém marcantes...
Nossa casa ficava em diadema, municipio vizinho á São Paulo, mais precisamente em Eldorado. Neste lugar tinha um nome de Vila Paulina...3 nomes para este lugar onde morei. Quando eu era bem pequena acho que uns 4 anos eu comi uma folha destas bem grandes que nascem em lugares úmidos. Pensei que era verdinho, azedinho...aquele trevo que muitas crianças inclusive eu comeram demais por aí... mas eu achei que esta planta era gigante e uma delícia, porém ao comê-la minha garganta fechou, tive um engasgo forte e corri para minha avó...como hoje meu pequeno faz comigo, é nítida a lembrança... ela me mandou tomar leite puro.
No meu aniversário de 4 anos, minha avó fez um vestido branco lindo de cetim... era rodado e tinha alcinhas trançadas com cetim cor-de-rosa. Ela pediu para minha mãe passar. Ela o queimou, bem na frente... lembro da minha avó falando que ela tinha a mão mágica... tanto tempo ouvi esta expressão com ela "mão mágica".
Foi um estrago bem no dia da festinha queles tinham preparado... minha avó tinha uma amiga a Regina, que pelas histórias era muito habilidosa com moda... enfim, ela fez uma laço, um laço Rosa, lindo e costurou na frente deste meu vestido. Foi o que nos salvou! Neste dia ganhei uma boneca linda, tinha os cabelos brancos, um sorriso de criança e corpo de pano. colei esta boneca nos braços por muito tempo, mas um dia vi que minha avó estava mexendo num quartinho que tinha muitas bagunças, muito coco de pomba, muita poeira... na casa deste meu avô sempre tinha uns lugares abandonados. Lá estava minha boneca, cheia de sujeira de pombos, na época fiquei muito triste de ter esquecido dela.
Meu avô sempre bateu em seus filhos, nas suas histórias sempre aparecem torturas como beber leite á força, jogar cerveja na cabeça de um ou bater com chicote de couro em outro... além dos palavrões... em mim ele nunca encostou, mas eu tinha um afeto, uma admiração por ele incrível.
Quando nos mudamos para São Paulo, minha avó ainda frequentava o candomblé e ao chegar na Vila Paulina eu me sentia uma princesa, era engraçado, tinha um certo poder.
Eu voltava para as minha origens... que origens? Eu era a neta do Seu Toninho. Gostava de ficar lá, era frio, frio... minha avó voltava de madrugada, cedinho pra casa em São Paulo. No dia de toque eu ficava dormindo e ouvindo os tambores, minha avó diz que fui criada ouvindo os tambores... dentro da roda do candomblé.
Quando fui crescendo, continuava a ir, mas uma vez eu que adoro mexer em tudo que é diferente, aos 11 anos dentro da sala da casa do meu avô, pequei um gravador e fiquei ouvindo alguns sons... daí eu coloquei no bolso e levi para casa, de lá levei pra escola, adorei este objeto, fiquei gravando minha voz, das minhas amigas.

Alguém furtou da minha mochila, acho que foi um menino chamado "chuleta", na escola. Descobriram e fizeram um estardalhaço, minha família disse que iria de casa em casa para ver se eu tinha roubado algo... que meu avô não queria olhar na minha cara, que não me deixaria subir mais. Confiança acabou, olhares pesados, minha mãe não falava nada. Minha tia sugeriu me levar ao psicologo, ela era formada nesta área... eu achei ótimo sempre quis fazer terapia, análisse, achava chique... ninguém me levou.

Mas eu não roubei dele, nem furtei. só peguei mesmo porque achei interessante... até hoje não sei porque este medo de virar trombadinha... não roubo ninguém hoje...mas continuo querendo me ouvir, gravar coisas, registrar sons, desenhos, me registrar como agora.