segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fuga da comparação, pois de encontro aos seus iguais ou a busca do facão?

Ele saltou, como de costume de dentro da terra quente.
Por isso toma banhos gelados.
Me deixou uma marca na coxa direita.
Abriu dentro de mim um caminho.
O mundo continuou girando.
E eu continuei fugindo.
A fome é tamanha, a minha sede é doce.
Pôs fogo na minha boca.
Assoprou meu corpo em sono.
Gritou o nome no escuro.

É bom não por fim, ele só abre e nunca fecha.
E eu dentro d´agua, olho na pedra uma adaga,
E eu dentro d´agua, olho no o cão sem pêlos, raspado, pelado.
E eu dentro d´agua olho o olho, saio d´agua.

Fugiu.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Quase estupro da mãe e marida.

Se por acaso do destino você adormece, no seu sono matinal um sonho como nenhum outro, ou melhor como todos os outros.

Foi assim: Chão molhado. asfalto. noite.
Peguei a direção do automóvel, saí na escuridão, bonita ela tava naquele dia. Luzes dos postes, lembro de criança das luzes. No Auto-móvel fui feliz de condutora, adulto em mim. Atravessei a avenida e foi fácil, feliz o adulto em mim. Estaciono. A criança criativa salta pra cima da bicicleta magrinha, vermelha desbotada anos 70.. caloi. Daquelas de pneu fininho. Brinca e andar na magrela, na noite, volta pela avenida e passa nas ruas mais calmas e desfruta das pernas torneadas morenas que alongam nos ferros sem pedalar. Abre as pernas no vento, noite quente de verão, choveu e ainda é quente.
Meninos a chamar, olha e acena com a cabeça, tão bem educada. Conitua na brincadeira nourna em frente de volta pra casa. Ainda escuta os meninos, mais perto a voz, mais perto.
Abordam, seguram.
De volta á casa, tenta convencê-los que o marido está em casa, que dorme e diz que foi tão educada. Questiona a bestialidade. Tenta contornar o inevitável.
A casa é linda, branca, um sobrado como o que sempre sonhei, tinha até varanda, anos 50. Mas não tinha marido nenhum. Não tem mais. Tem fotos nas paredes, tem a vida livre, os sonhos renovados, a habilitação, pernas bonitas, tem verão e tem estrupro? Eles percebem que não tem a casa ou a dona proteção. Forçam a porta pra entrar, forçam mais. Ela sabe que eles sabem que não há proteção. São dois jovens meninos e morenos.
Propõe a dona da casa uma possível relação consensual, são dois e ela uma. Ela pede proteção física, afinal foi educada. Tem medo do pior, eles aceitam o melhor.
Abre a porta qe separa a varanda da sala se estar. vira-se.
Não são mais. São filho e pai do filho. Um pequeno  sempre amado e um amado passado.
Me assusto, forte, suspiro.
Fomos brincar e jantar. Justo.
Ainda bem, porém na escrita sinto o peito ainda igual ao momento da tensão. Voltam.