segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pra não sonhar, ama e acaba por aqui.

Não tem sonho que se torne realidade.
Há a crença de que existe o que idealizou.
É  frase de cicatriz mal curada?

Largar tudo não tem sido uma possibilidade, um recurso, um vestuário oportuno.
Se houver dia em que a palavra se faça mais forte do que as nossas posturas.
E creio na força da palavra, desde que exista fidedignidade.

É piegas.
Como podia então sonhar?
Se não for pra aprender a esperar, aguardar naquelas cadeiras duras que são as das filas de espera dos hospitais, pra ser curada do meu bem, do meu mal.

Um bolero cabe tão bem, um som brega. Papo de bar, lençol molhado de choro, sentado
desolado no meio fio no frio, Janela com chuva que cai.
Conversa fiada, pra boi dormir.

Tenho aguardado, e sonhando, remoendo frases, repensando as ações. Mas não pode. Ah! Não pode não.

Uma cena de não. Como foi a cena de Afortunatti.... dedos que balançam de um lado pro outro. Negativo.
Ou de sim, e aceita a tal situação minha filha, meu filho.... aceita a natureza do momento...segue filhinha...segue pelas novelas como noventa por cento das cabrochas, como dizia a Dna Mocinha.

A pergunta foi feita, ou dita a frase sem censura: "Ah se você tivesse esperado um pouco mais..."
Esperado mais o que? A cena que vi foi de água escorrendo por entre meus dedos, assim como tenho feito nos últimos tempos ( me feito água, que transborda ou esvai ), não me deixando conduzir... passando pra próxima forma de estado líquido ao gasoso.

To no desinteresse vivo.
É uma parceria sem tempo, espaço, sem norte nem sul.
São diversos objetos pra trocadilhar.

E não há escolhas, ou vive-se, ou ilude-se, ou mata-se.

Matar é recorrente na minha condição divindade destruidora, recria e aniquila pra poder continuar.
o aprendizado se dá pelo amar em instantâneo, naquele instante mesmo, frações rápidas e depois passa pra fazer ensinar-se. Acaba pra depois ver o que podemos fazer.

Observo as ilusões alheias. Confesso a dificuldade, porém ha de ser mais um momento de educação da escuta.

Foi então que ao decidir viver, me deixei sim levar numa cadência desconhecida, sem enamorar, sem aliança,

sem plano de saúde, sem escolher o nome dos filhos, sem convites, sem pedidos, com prazer, com frio,

com outras aventuras, sem apresentações, sem apropriações, com solidão, sem espera, sem paixão,

com amor as pressas, com respeito parcial, com carinho, com dor, sem praia, com proteção e sem proteção,

com adeus, todos os dias adeus.

Ama e não espera.