segunda-feira, 9 de maio de 2011

Covardismos reabilitados ou pé manco nunca fez pulo certeiro.




E nós, ora com nós nas gargantas ora com espaços róseos decidimos provar.

 A primeira prova foi do sabor, doce, leve, sabor cheiroso já ouviram falar? Assim que desmancha a gente por dentro, desfaz algumas amarras e deglutir a sempre o melhor caminho. Pra que brigar com essa verdade que me aparece neste instante.

Oportuno, eu agarro as propostas.

Segunda prova de toque, as pontas da língua, dos dedo, os pés frios que se encontram... asperezas de pele, suavidade de pele. Decisão de apertar nossas mãos em um ralador conhecido. Os pedaços que passaram pelas frestas eram diferentes o tamanho e na cor.

Oportuno, eu disponho-me a observar e provar.

Terceira prova, depois do aninhar, ver com os olhos de enxergar, perceber que as palavras tem força, que o tempo corre como um rei jovem e forte, foi hora de não subestimar. Como caçador na mata, ter a visão de bicho, ser bicho, e nós fomos. Acertamos! Fomos certeiros em atingir o ponto fraco...

Seguramos nas mãos, nas costas, na cintura nossas ferramentas... daquelas de outros tempos, usadas com beleza e destreza tantas vezes, que nos fizeram famosos pelos feitos, barbaridades e delicadezas.

Tínhamos com as ferramentas cultivado flores, jardins, belezas e decapitado demônios, escalpelado feras.

Decidimos levar pra casa nosso presente, demo-nos igualmente.

Antes passamos por um penhasco, que no fim deste havia um rio, e era alto como os belos penhascos são.
A juventude da nossa pele, nos desafiou, não foi preciso falar, não foi preciso tocar.
Mas fomos tocados, de dentro pra fora.

Corremos com o tempo que percebeu nossa precipitação jovial! Mais rápido, mais, e mais... hora do salto!!!!

Quem foi, caiu e quebrou-se.
 Quem não foi? perdeu -se foi devorado pela não ida.
  Sobraram nós.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Troca.



 "Eu rezo todos os dias por nós dois, nós duas.
Assim como tens comigo quero que tenhas contigo;
amigos que possam ser passageiros,
amores que como bambus entortem mas não quebrem,
aquelas relações que precisam ser enxotadas, vitimadas, espancadas e que depois apareçam novas,
peço que você tenha assim como eu inimizades lindas,
invejas e desilusões,
agradeço mesmo pois estamos juntos,
a gente se ama mesmo,
é melhor ficar longe da vista,
gosto de poder prever minhas antigas idéias,
pensar que meu seio pode estar na sua boca,
retomar minhas novas paixões,
agradeço que tenha traído a minha confiança e que eu traí a sua,
prever que tudo isso vai acabar inclusive o meu último desejo,
que no fim tenha uma avó para trazer-lhe café da manhã na cama da infância até a idade adulta."


J.S. 1987, Coroar de Rainha.