quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Sussuarana, sonhos de quarentena ou abril e fechou?

Tenho escrito, pelas noites, na verdade pelas manhãs.

Lá eu te percebi, ignorante, ágil e asiático.
Numa ocê voraz, num tamanho que eu conheço, eu balancei tua saúde. Tua memória que em mim faz-se mais a verdade. Teu corpo eu balancei. Mostrei a moça que te falava mal. Minha testa sangrava e ainda assim eu gozava em te ver. E hoje é assim, continua.

Sei que a ignorância, é sua parceira. Sei que você goza de tê-la ao seu lado. Faz-se imprescindível ser assim. Apesar de me ensinar, o tempo todo. Me coloca na linha e nem sabe.

Me receitou remédio, me disse pra observar e eu clara das minhas funções...
Penso em você todos os dias onça.
Eu que pensei que descansaria na sua loucura.
O amor.

Te encontro na festa de sei lá o que e onde.
Sabia que demoraria mais um semestre.

E o inconsciente longe, perto... ta todo dia, boca dizendo que ce ta perto. Não só boca mas astro, cheiro e imagem. Quem sabe até pelo, Eneida que o diga. Que me chamaste numa manhã destas que doce nos deleitamos. Feito doce de leite.

Esses sonhos são comidos por pássaros da madrugada, as feiticeiras.
Na segunda minha barriga doía de saudade, de vontade da sua presença aqui dentro do meu corpo.
Eu tive que orar por nós dois.

Por mandingas e maleitas....
As "sumanas" que ce num volta.... menino. Que falta você faz. A Nana, Bethania e eu cantamos.
Fumei o caminho, o arresseio....

Hoje foi o dia de colocar a chave num favo de mel numa fechadura.
Sei que gosta das chaves.
Lembra que lembrei forjar?


segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Chave Forjada? ou As aventuras valem a pena quando sua alma nem de perto é pequena? ou Dando menos e ganhando...?

Ai você que me rompe a pele em flor:

Taí, as referências são muitas, podemos partir das premonições que os planetas, as estrelas e o tarot nos enviam, todos os dias... adoro quando alguém chega contando que jogou nas runas (pela internet) e que falaram 'x', 'p', 't', 'o'.... E sem dúvida, Hollywood me ilude man!

É como uma música que ouvia muito, mas muito e inclusive mandei pro ex marido... Nara Leão com voz bêbada... Chico navegando.. o piano. 

Claro que consta que nada vai nos separar.... tenho lido o evangelho, quase que regularmente.
Seguindo dogmas, bulas... 
E o calendário anda nos atrapalhando.... rs
Eu chorando.
Mandei minha mãe se danar, gritei com ela agora, no telefone... tive dificuldades de entrar no blog...
To tomando aquela heineken, grande heim... (uma vez durante alguns meses guardei uma pra você, nem abri... até aquele abril.)

Lembra que eu disse que era até abril? Pois é... coisa de artista, macumbeira, cigana, conselhos, feiticeiras, de garota que acha que é e 'azveis' nem é... Mas há de ser.

Fuçando eu acho, eu vejo.... os pic nics (adoro a palavra, só acho que podia ser "pique e nique", mais gostoso) ahhhh o que eu vejo? Eu sendo a gata do pique, no vinho, na cerva, no queijo e na prata da foto.

E falamos tanto sobre tatuagem...  é marca. Quase baleiei-me por sua causa. Você mestre Jonas... Eu era o furo por cima da cabeça da baleia... que dá caminho a saída, ao ar puro do mar.... Por isso não quero ficar no seu corpo e só. É pra ouvir a tatuagem do Chico, cantada pelo Caetano. é pra curar a ferida, pra ser mais água que deixa ir embora o que já não serve e ficar a raiz na terra. 

Não é só 30, 4, 2, todos os  dias... são os rabiscos nos muros, no sol. Se tiver disposição a chuva também, pode ficar na coberta se preferir.

Dane-se aquele abril. Já era mesmo.... Você é mais viril.
Tem me consumido, bandido.

Meu cristo diz, que estou pra o que der e vier.... quase zomba. 
E eu na cartilha de resignação.... resignação, resignação, resignação.

Eu vejo os amores de minha irmã, sua resignação, sua beleza, ela lá na terra do sol, eu aqui na garoa. Eu vejo a prima que tem menos dez, na mesma situação, de beleza pura, pouco ingênua, da terra da água que salga, eu vejo a que gosta da Bahia e que vez ou outra torce o nariz, eu vejo a minha mentora que indiamente faz-se com 17 anos a mais, eu vejo a dos sétimo andar, eu vejo a que cria uma cria que não fala, eu vejo a que põe aplique pois é careca, eu vejo a que tem nariz menor e ainda é virgem, eu vejo a que quer que eu a faça corna junto ao marido, eu vejo as várias facetas das mulheres. Dobram, desdobram todos os dias e não entendem nada, muito menos eu.

E eu tendo que dar menos.
Dar menos.
Dar menos.
Dar menos.

Mais amor, mais resignação, mais carinho, atenção, mais o outro lado da cara, mais cerveja sola, mais vinho sola, mais cigarro sola, mais fogo no apartamento, mais luz de tieta, mais chega mais, mais pintura das paredes, mais bordados, mais café, mais trabalho, mais estudo, mais bertazzo, mais seguro fiança, mais escrever pra você, mais desenhar com você, mais você.

E se essa fosse pra mim?

 PROPOSTA DE AMOR 
Tom Zé
Ó garota,
Eu te convido para um novo tipo de amor,
Menos novela, muito mais solidário será,
A renovada confiança de ser
Que a mulher há de ter
Quando a senha do mistério digitar.
Assim será!
Ó garota,
Eu contra ti já inventei os deuses, a lei,
E pela carne do pecado te condenei
Tô convencido que essa guerra suja
Foi longe demais
E te ofereço um acordo de paz.
Assim será!

Em muitos países do mundo a garota
Também não tem o direito de ser.
Alguns até costumam fazer
Aquela cruel clitorectomia.
Mas no Brasil ocidental civilizado
Não extraímos uma unha sequer
Porém na psique da mulher 
Destruímos a mulher.
Agora estou a esperar
Uma resposta de amor e afeto.
Você de saia, eu de calça,
E o luar será nosso teto.
Uma cartinha de amor
Politicamente correta
Você de saia, eu de calça,
Felicidade será nossa meta.
Assim será!

Se assim fosse boa seria a história, a história, a história... da novela, dos movies, das músicas e do facebook.  

Ah! A chave, mandei forjar.....



quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Na Terra do Sol é Fácil Queimar ou a Ebulição?


Um texto de Mariana Tezini, para acarinhar o requentar da marmita amiga.

Apreciem no calor de fim de verão... a voz é sua cumadi.

"De dentro pra fora. É assim que se deve começar uma carta, um suspiro ou qualquer movimento.

Eu quase desconfio de tanta paixão que há em mim, mas pouca força pra dar a ela o que comer, não é a toa que tem Vênus demais no mapa astrológico e nenhum Marte. Nenhum. Bem, mas também me falta a água canceriana e nem por isso sou menos movida a dramalhões, não dá pra confiar plenamente neles.
Veja bem, Colombo descobriu terras novas, mas o que tentava mesmo era alcançar as terras indianas e suas riquezas. Os mapas não estão prontos, eles vão sendo construídos a cada morte e renascimento que colecionamos.
Como filha adotiva de Iansã eu não sei me defender sem atacar, daí eu coloco a minha espada bem perto do pescoço alheio e recito o rap “Quem mandou tu desacreditar, disse que ia voar mas nem saiu do chão. Escuta bem o que os neguinho vai falar, pra que cerol se tu não sabe laçar?”. O rap combina com essa cena. Negros, rappers e orixás.
Lembro da tatuagem ainda não feita, mas muito bem gravada “o fogo anda comigo”, quem tem curiosidade sobre a misteriosa morte de Laura Palmer sabe bem do que eu falo, em inglês acho tão gostoso de ouvir “fire walks with me”. Mais gostoso ainda é ser lembrada pela minha irmã num de seus belíssimos escritos, ela ainda tem medo, eu entendo.
Já dizia o tal mapa dos astros, me falta o elemento fogo. E a gente sempre arrumando um jeito de dar um nó na vida. Então vou marcar na pele a espada de fogo de Iansã e esse lembrete aí, que é pra contornar a problemática da falta.
E a gratidão, por onde anda? Ela anda em todos os lugares se tivermos atenção. Nesse cortejo sem pretensão que me faz olhar pra cada história que meu corpo conta, taí. Nisso tive ajuda das artes da minha irmã, redesenhei o corpo que eu possuo, nas cores mais bonitas, os traços são largos e o que sobra é a beleza no papel.
Mas somos todos estetas a observar os quadros na parede, com aquela mãozinha segurando o queixo, a famosa “cara de conteúdo” e quando nos deparamos com um corpo real o que fazemos? E quando recebemos um convite de realidade, não é mais confortável continuar na fantasia?
Vingança é um troço feio. Mas eu dou um dedo se ninguém nunca traçou como meta que aquele outro (o recipiente das carências) morresse de vontade. Só isso. Que nem a vontade de ter um carro com ar condicionado no verão de 40º quando entramos no carro estacionado no sol, mas nenhuma vontade tem tanta força a ponto de materializar ali o refresco. Então agora a meta (área de vendas usa muito essa palavra, né?) é fazer o outro passar vontade de se refrescar no verão. O toque de mestre é ficar de tocaia espiando a cara de vontade do vendedor de sonhos. E imaginar que isso basta. Porque no fundo a gente sabe que não basta.
Só sei que nada sei. É na hora da raiva que a gente afia a mente e faz umas crueldades mentais, adoro bolar planos mirabolantes. Dai lembrei-me de outra canção, que o cantor de voz rouca, sotaque nordestino arrastado e toques eletrônicos me empresta pra eu cantar assim no seu ouvido idoso “amarelou, mangou de mim/ não vai ficar de graça/ e dentro dessa caixa/ um corpo indigente/ um corpo que não fala/ um corpo que não sente.”

E lembra por onde anda a gratidão? Tanto amor conectado. A yogini me falou para esfriar e preservar, falou até um nome daqueles difíceis de escrever, se conectou comigo.
E a mulherada vermelho sangue? Todas lá com sua porção do céu e inferno pra me ofertar. Deusas.
Da irmã das artes, palavras preciosas e inspiração.
Está na Roda da Fortuna, tudo acontece no tempo certo. 

Tudo é transitório e tudo é eterno."