quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um plano com precedentes ou Intimidades .

Quanto tempo demora para a gente que nem se conhece direito conhecer o outro?
Um plano de difícil cumprimento, me veio a cabeça em momentos mais estranhos dos últimos tempos passados.
Eram as caixas.
Surpreenderia enamorados, futuros amantes com caixas.
A elaboração da minha forma perfeita, cheia de segredos, contos, causos.
Tudo aquilo que você poderia saber e não quis. Ou não se deu ao prazer.
Pequeninas caixas que antes continham madeira para acender, ou seja, fogo dentro de um espaço tão pequeno este.
Mas cobri de canela, folhas de louro, pétalas de rosa do perdão, baunilha em tecidos para forrar as minhas belas caixas de renda branca. Papéis de bala, bombom, rótulos, imitação de jóias. E dentro algumas vezes sementes de romã, patuás de vestidos antigos, tecidos de histórias felizes e familiares.

Seriam entregues com tempo de duração, e depois deveriam ser devolvidas ao remetente.
Planinho safado. Junto com a primeira caixa presente, uma carta de recomendações.

Enamorados diversos seriam cutucados por pequenas belezas medonhas.
Sim, pois eles não vivem sem medo. É um sinal do corpo que diz preste atenção no passo a seguir.
Tens receio de descobrir maravilhas. Conhecer um mundo que vai e não volta tão cedo.

É água, e nem cimento me barra.

Quanto mais uma linha virtual tão tênue que se sabe tudo e não se sente nada. Se esconde. Se protege.

A minha proposta não era amor eterno, aliança e carnê das casas bahia.

Era conhecer o que só tive prazer uma vez, e venho ensaiando nos últimos tempos.

Agora não faço mais mistério de espreitar e esperar a devolução de caixas lindas ricas de curiosidades infantis.

Quem quiser pode vir busca-la elas estão aqui, cheias de segredos revelados, cheias de doçuras,
 foram caixas de fogos.

4 comentários:

  1. Eu tinha um air-bag e um estintor, mas aí eu bati o carro, o air-bag não deu sinal de vida e o fogo estava dentro do meu coração. Talvez fosse ele também uma caixinha dessas, desejeitada porque solta, velada porque tímida, mas nunca pôde se destravar e abrir... por mais que eu tentasse e exigisse... Ter-se-ia algum plano com ou sem precedentes não fosse essa ausência tão íntima e a caixinha maior do que quaisquer coisas que se pudesse botar dentro...

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  2. " é água e nem cimento me barra!" - Forte!
    "A minha proposta não era amor eterno, aliança e carnê das casas bahia." - hilário
    mas todo o texto, muito lindo... uma doação, um convite... eu adoro caixas mas nunca pensei nas miudezas com esta grandeza tua... bjs, arê-rê!

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  3. é eu tenho caixas ....e dentro delas sim miudezas e grandezas também .. de um farto passado que passou ( ou não ) e de ideias realizadas concretizadas e esquematizadas.. caixas como presentes prontoas para serem abertas a qualquermomento ou fechadas de vez !!!

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