quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Não sou eu quem vai ou Nave doirada com forros de veludo rosa.

Tem vida, tem dia, tem experiência que começa tão bem e termina bem ou muda como o tempo em São Paulo.
Aos meus 14 anos e 11 meses tive a oportunidade de feliz com minha vidoca juvenil, conheci o Nelson Neto.
Agradeço a todos os santos, anjos, mentores, parasitas, pombas-gira quem quiser me guia que o tenha guido pra longe de mim.
Foram meses tão poucos, tão jovens e tão dilacerantes como uma surra de fivela de cinto.
Ao vê-lo hoje na Praça da Árvore, falando ao celular, com um dos punhos cerrados como o via sempre desfilar, minha alma gelou, como quando faziam poucos dias do término da nossa relação.
E ao encontra-lo em dadas as circunstâncias pós fim, eu tremia, tremia, só não gemia pois é dor de medo, é silencio mesmo.
Foram algumas pancadas que levei, uma cotovelada no olho, uns murros no braço, uma cuspida no rosto, uma perseguição por dois bairros, as palavras que rasgam.
Nove anos passados e eu o vejo e eu me tremo.
Considere um amor em carga de espera. Frustração das boas, somadas a pensamentos recorrentes de dúvida, meu coração aflito pelas minhas novas tentativas, os oráculos, os ouvintes e os falantes me dizendo o mesmo sempre, reconsidere....
Vejo meu namorado a tempos, o que eu amei livremente, o que me manteve e cárcere emocional, me traumatizou na pele, na história.
Lembro do meu namorado, que eu amo livremente, o que mantém em cárcere mental, me traumatiza no equívoco, na não escolha, na não presença.
Penso e falo do meu homem de tempos, que amei em livre, me me encarcerei em pulso, me "des-traumatizou", um regalo a cura um rebento.
Desamou-me e presenteia-me com um colchão semi novo.
Aguardo os presentes,
rejeito as facas afiadas  - dessas estou as tampas nas gavetas...
Construções sem acabamento - criei-me nessas, o melhor é ser mais...
Agradeço o amor que vem na necessidade, não no merecimento.

Coroar de memórias,
J.S. 2002

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pra não sonhar, ama e acaba por aqui.

Não tem sonho que se torne realidade.
Há a crença de que existe o que idealizou.
É  frase de cicatriz mal curada?

Largar tudo não tem sido uma possibilidade, um recurso, um vestuário oportuno.
Se houver dia em que a palavra se faça mais forte do que as nossas posturas.
E creio na força da palavra, desde que exista fidedignidade.

É piegas.
Como podia então sonhar?
Se não for pra aprender a esperar, aguardar naquelas cadeiras duras que são as das filas de espera dos hospitais, pra ser curada do meu bem, do meu mal.

Um bolero cabe tão bem, um som brega. Papo de bar, lençol molhado de choro, sentado
desolado no meio fio no frio, Janela com chuva que cai.
Conversa fiada, pra boi dormir.

Tenho aguardado, e sonhando, remoendo frases, repensando as ações. Mas não pode. Ah! Não pode não.

Uma cena de não. Como foi a cena de Afortunatti.... dedos que balançam de um lado pro outro. Negativo.
Ou de sim, e aceita a tal situação minha filha, meu filho.... aceita a natureza do momento...segue filhinha...segue pelas novelas como noventa por cento das cabrochas, como dizia a Dna Mocinha.

A pergunta foi feita, ou dita a frase sem censura: "Ah se você tivesse esperado um pouco mais..."
Esperado mais o que? A cena que vi foi de água escorrendo por entre meus dedos, assim como tenho feito nos últimos tempos ( me feito água, que transborda ou esvai ), não me deixando conduzir... passando pra próxima forma de estado líquido ao gasoso.

To no desinteresse vivo.
É uma parceria sem tempo, espaço, sem norte nem sul.
São diversos objetos pra trocadilhar.

E não há escolhas, ou vive-se, ou ilude-se, ou mata-se.

Matar é recorrente na minha condição divindade destruidora, recria e aniquila pra poder continuar.
o aprendizado se dá pelo amar em instantâneo, naquele instante mesmo, frações rápidas e depois passa pra fazer ensinar-se. Acaba pra depois ver o que podemos fazer.

Observo as ilusões alheias. Confesso a dificuldade, porém ha de ser mais um momento de educação da escuta.

Foi então que ao decidir viver, me deixei sim levar numa cadência desconhecida, sem enamorar, sem aliança,

sem plano de saúde, sem escolher o nome dos filhos, sem convites, sem pedidos, com prazer, com frio,

com outras aventuras, sem apresentações, sem apropriações, com solidão, sem espera, sem paixão,

com amor as pressas, com respeito parcial, com carinho, com dor, sem praia, com proteção e sem proteção,

com adeus, todos os dias adeus.

Ama e não espera.





segunda-feira, 9 de maio de 2011

Covardismos reabilitados ou pé manco nunca fez pulo certeiro.




E nós, ora com nós nas gargantas ora com espaços róseos decidimos provar.

 A primeira prova foi do sabor, doce, leve, sabor cheiroso já ouviram falar? Assim que desmancha a gente por dentro, desfaz algumas amarras e deglutir a sempre o melhor caminho. Pra que brigar com essa verdade que me aparece neste instante.

Oportuno, eu agarro as propostas.

Segunda prova de toque, as pontas da língua, dos dedo, os pés frios que se encontram... asperezas de pele, suavidade de pele. Decisão de apertar nossas mãos em um ralador conhecido. Os pedaços que passaram pelas frestas eram diferentes o tamanho e na cor.

Oportuno, eu disponho-me a observar e provar.

Terceira prova, depois do aninhar, ver com os olhos de enxergar, perceber que as palavras tem força, que o tempo corre como um rei jovem e forte, foi hora de não subestimar. Como caçador na mata, ter a visão de bicho, ser bicho, e nós fomos. Acertamos! Fomos certeiros em atingir o ponto fraco...

Seguramos nas mãos, nas costas, na cintura nossas ferramentas... daquelas de outros tempos, usadas com beleza e destreza tantas vezes, que nos fizeram famosos pelos feitos, barbaridades e delicadezas.

Tínhamos com as ferramentas cultivado flores, jardins, belezas e decapitado demônios, escalpelado feras.

Decidimos levar pra casa nosso presente, demo-nos igualmente.

Antes passamos por um penhasco, que no fim deste havia um rio, e era alto como os belos penhascos são.
A juventude da nossa pele, nos desafiou, não foi preciso falar, não foi preciso tocar.
Mas fomos tocados, de dentro pra fora.

Corremos com o tempo que percebeu nossa precipitação jovial! Mais rápido, mais, e mais... hora do salto!!!!

Quem foi, caiu e quebrou-se.
 Quem não foi? perdeu -se foi devorado pela não ida.
  Sobraram nós.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A Troca.



 "Eu rezo todos os dias por nós dois, nós duas.
Assim como tens comigo quero que tenhas contigo;
amigos que possam ser passageiros,
amores que como bambus entortem mas não quebrem,
aquelas relações que precisam ser enxotadas, vitimadas, espancadas e que depois apareçam novas,
peço que você tenha assim como eu inimizades lindas,
invejas e desilusões,
agradeço mesmo pois estamos juntos,
a gente se ama mesmo,
é melhor ficar longe da vista,
gosto de poder prever minhas antigas idéias,
pensar que meu seio pode estar na sua boca,
retomar minhas novas paixões,
agradeço que tenha traído a minha confiança e que eu traí a sua,
prever que tudo isso vai acabar inclusive o meu último desejo,
que no fim tenha uma avó para trazer-lhe café da manhã na cama da infância até a idade adulta."


J.S. 1987, Coroar de Rainha.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Filosofia do existencialismo, Jung ou Tentativas de se sentir vivo.

Fundidos numa idéia de que o corpo que é etéreo. A anima faz presença. 

Tecemos relações em que oras somos os masculinos e femininos inconstantes.
Isso serve para testar aonde somos melhores, produtores com eficiência. A fase em média de uma loucura destas da criação, da ânima dura 10 anos como disse meu querido Arcangelo Ianelli, são as fases das nossas obsessões. Numas de Pigmalião, nos defrontamos com nada mais que Galatea, a nossa obra prima deste exato momento, nossa criação de perfeição mas há o pequeno desastre que no caso dele era a própria matéria. O Marfim. 
Galatea era a sua amante, confidente, apaixonante e estática. 
A minha criação tem haver com as metamorfoses femininas, inquietações de razão estabelecida por um rebento e muita abstração em educação e convivência. 
Somos de uma vanguarda que necessita de energia. Por isso me permito, tenho estudado justamente a permissão, as possibilidades, tatear, na prática solista. A muitos. 
Me deixa nobre não existir como em outrora a tradição que não nos serve como queremos, ou idealizamos.
Por isso valho-me da minha própria cultura "gambiarrenta" sem dúvidas de uma colega de ensino sou uma das melhores coisas que diadema fez. Assim ela o disse, numa fúria em relação a minha terra natal. nome de tiara de princesa, soberana e afins...sou uma jóia de por-se na cabeça e não saio assim fácil.

Não chego a ser nem Ariadne nem o Minotauro seu meio irmão. 
Nem vítima, nem bestial. 
Poderia ser seus pais a três o Touro Branco, Minos e Pasifae.

Observemos. 
Proporemos;
ele é super feminino, apresenta momentos do deixar levar-se, salpicar temperos nos espaços.,
ela é super homo, presta-se a momentos primários da consciência ligada á tradição e contradiz-se,
eles cruzam e dão certo como síntese da funcionalidade do pensar sobre transações e mutações. 
Fusão que me encanta. 
Nós transamos uma oração, alguns olhares e muitas linguagens não explícitas a olhos bem fechados. 
Só a olhos inventivos, criativos como do Pica de Aço. Modí e Nery.

Oremos nos batentes das impermanências dos portais, ora lá, ora cá.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um plano com precedentes ou Intimidades .

Quanto tempo demora para a gente que nem se conhece direito conhecer o outro?
Um plano de difícil cumprimento, me veio a cabeça em momentos mais estranhos dos últimos tempos passados.
Eram as caixas.
Surpreenderia enamorados, futuros amantes com caixas.
A elaboração da minha forma perfeita, cheia de segredos, contos, causos.
Tudo aquilo que você poderia saber e não quis. Ou não se deu ao prazer.
Pequeninas caixas que antes continham madeira para acender, ou seja, fogo dentro de um espaço tão pequeno este.
Mas cobri de canela, folhas de louro, pétalas de rosa do perdão, baunilha em tecidos para forrar as minhas belas caixas de renda branca. Papéis de bala, bombom, rótulos, imitação de jóias. E dentro algumas vezes sementes de romã, patuás de vestidos antigos, tecidos de histórias felizes e familiares.

Seriam entregues com tempo de duração, e depois deveriam ser devolvidas ao remetente.
Planinho safado. Junto com a primeira caixa presente, uma carta de recomendações.

Enamorados diversos seriam cutucados por pequenas belezas medonhas.
Sim, pois eles não vivem sem medo. É um sinal do corpo que diz preste atenção no passo a seguir.
Tens receio de descobrir maravilhas. Conhecer um mundo que vai e não volta tão cedo.

É água, e nem cimento me barra.

Quanto mais uma linha virtual tão tênue que se sabe tudo e não se sente nada. Se esconde. Se protege.

A minha proposta não era amor eterno, aliança e carnê das casas bahia.

Era conhecer o que só tive prazer uma vez, e venho ensaiando nos últimos tempos.

Agora não faço mais mistério de espreitar e esperar a devolução de caixas lindas ricas de curiosidades infantis.

Quem quiser pode vir busca-la elas estão aqui, cheias de segredos revelados, cheias de doçuras,
 foram caixas de fogos.