quinta-feira, 8 de julho de 2010

A beleza das borboletas ou a morte prematura.

Quantos foram os moquifos, corredores e portões que vi, passei e moldei na mente?
Quantas borboletas negras andaram pelo meu corpo neste último período?
Ontem me lembrei de uma vez que apanhei de um familiar, eu tinha 18 anos, ainda como hoje muita vivacidade... mais do que hoje talvez... bom mas lembro como a agressão física torna-se moral também. È uma dor que não se tem dimensão, ela atravessa o corpo, vai pra um lugar que não sei como explicar. É só dor, é um buraco que uma amiga comentou esses dias que queria pular, se agarrou num galho... eu disse.... fui empurrada.
E ainda assim se dá esta dor como o pássaro sofre pra abrir a casca do ovo, ninguém pode fazer nada.
Ai que vontade de ser a dona de tudo e de todos. Sim como uma menina mimada que tudo fazem a sua vontade. Meu choro é de dor, de desconforto, de perda, de saudade.
Eu tenho muita vergonha de sentir o que sinto. Ninguém entende de fato esta sensação de frustração que se assume nas horas mas inapropriadas. Buscar outros corpos, outras falas é comum o pior e manter.... o pior é ver além....
E se meus olhos incham... é porque por dentro eu incho e não caibo dentro de mim.
Na hora da dor eu não consigo lembrar de ninguém na minha vivencia passando por essa situação.
Por isso dá vergonha.
Daqui a pouco acaba, eu sei. mas agora é pior que o amanhã.
O corpo reage... sangra demais, enjoa, enoja, enrruga, emagrece, embeleza, alisa, vira de dentro pra fora.
Disse minha grande mãe e avó ( que hoje chorou também) que é horas de buscar as minhas espadas.
Semprei as usei, agora preciso achar...sem guerriar, mas pra fincar debaixo de mim...
Piscianos são assim sofrem demais, gostam do drama. A minha verdade é pior que as minhas mentiras? Não.
Mas ao perceber que a troca do chão foi dado de graça ás borboletas citadas, eu não pude fazer nada a não ser entrar na terra, minha terra fértil, onde estão minhas espadas.
Não vou conseguir jogar cadeiras na janela. Prefiro visitar corredores de cortiços úmidos, prefiro visitar lugares inabitados, prefiro fazer drama no meu próprio quarto de despejo.
Boa noite e a morte é passagem, morrer e continuar vivo é a parte mais linda. Vamos esperar.

4 comentários:

  1. morte é devir!
    Espera que é tempo de esperar... respira.
    Buraco, acho q não! Talvez um abismo sem fim. Empurrada ou não, se o coração não se engana e bate forte... a gente se acha. Sem vergonhas...
    E por aqui a dor faz parte, é condição e passagem.
    Se banhe,lava tudo!

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  2. Seja como for a tempestade semre passa... para todos!
    Momentos díficeis, de dor e de agonia fzem parte do caminho a trilhar...
    "O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...
    NÃO SOMOS SERES HUMANOS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL...

    SOMOS SERES ESPIRITUAIS PASSANDO POR UMA EXPERIÊNCIA HUMANA..."

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  3. Oiê Arê,

    li seu blog.
    E de vez em quando, quando a gente se tenta livre das opressões do tempo e das necessidades da matéria eu entro lá, eu te visito.
    Isso eu visito seu ser. E nosso ser se comunica pelo caminho-palavra. Eles comungam, se olham, se reconhecem e trocam compaixão.

    De onde vem tanta tristeza? E por que estradas ela se mistura com tanta alegria e luz que transbordam dos seus olhos? Difícil resposta.
    Mas eu, quando me vejo em você, me sinto um pouco assim: uma alegria triste.

    Cada um de nós temos nossa hitória. E às vezes nos envergonhamoos dela. Mas a vergonha é só artimanha do nosso ego. É armadilha dessa sociedade doente, em que a dor, a fragilidade a fraqueza e a insegurança são condenadas. E nisso de querermos esconder tudo isso adoecemos. Pois nossa humanidade é também isso.

    Eu tenho me sentido insegura. E agora, somente agora, me dou conta de quanta energia gastei escondendo isso de mim mesma. Talvez menos por vontade e mais por precisão. Sabemos, cada uma a seu modo, o quanto a vida pode ser batalha e nós guerreiras que não temos tempo pra vacilações, para descanso.

    Ainda assim - e será disso que deriva nossa inquietação? - sonhamos, desejamos. Temos intimidade com o pulsar da vida com o sangue. Será que o amanhã, o tempo da calmaria e das certezas vai chegar? Acho que não. E isso ainda me angústia. Me faz procurar em outro o que talvez eu só encontre em mim. E como eu encontro isso em mim? Quem me ensina o caminho? Não há mapas.

    Será que o destino de toda mulher é um só? Sua coragem me motiva e me ajuda a me sentir menos sozinha nesse mundão. Pois é, a vida é sorte perigosa.

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  4. Oi querida Ariane...

    Saibas que ainda hoje escrevi para uma pessoa que a cruz nunca é mais pesada do que conseguimos carregar. Saiba que tudo é providencial, aprendemos com nossos erros e crescemos, pois, se não crescermos apenas passamos e sei que você não é mulher de passar. Sua presença é sempre marcante e sabes que tens fibra e se necessário, use suas espadas. Que mal tem, use para se defender da dor. Se defender de quem ou do que lhe causa a dor.
    Certa vez de muitas vezes, senti coisas muito semelhante as suas agonias e o que sempre me aliviou foi saber que elas passam. Tudo passa o sol volta e tudo nasce ou renasce.
    Força pegue suas espadas e saia para luta se precisar pode me chamar que vou a luta contigo. LAROIÊ. AXÉ! Beijos amiga.

    CArinhosamente,


    Bonifácio Feitosa.

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