quinta-feira, 15 de abril de 2010

Aos olhares alheios, são alheios, são curiosos, são fugitivos.

em uma das minhas viagens ao Jardim Ângela (mais uma vez este lugar), tive uma experiência intrigante.
Noônibus Terminal de mesmo nome que o bairro citado, comecei a desenhar as pessoas que estavam nele. E senti coisas que raramente havia sentido antes. Nem mesmo nos metrôs e neste mesmo transporte... enfim, o meu primeiro modelo foi um senhor que tinha uma carinha tão linda (do tipo bonzinho demais), que resolv que escreveria sobre ele, estava de frente pra mim, eu antes da catraca ele depois. um de frente pro outro. Foi então que comecei a observa-lo e desenhar, ele percebeu a observação e demonstrou um descontentamento, constrangimento. E eu mais ainda queria desenha-lo, foi então de tanto o desconforto em ser observado o rosto dele começou a mudar, colocou uns óculos que pareciam de mulher bem velha, e sua expressão ficou quase medonha, senti um energia estranha, ele olhando pra mim me encarando demais. Eu acabei de desenha-lo e comecei a observar outro homem que estava á frente dele, ele continuava me olhando, mas quase me encarando, e fazia umas caras estranhíssimas, um sorriso muito medonho. O dafrente logo que sentou dormiu. Musei de modelo, um homem que parecia mestiço - um tipo indígena- não sei bem, mas tinha uma expressão bem forte, e rígido...este se escondeu de mim logo que percebeu ser observado. Até que entrou no ônibus um senhor que devia ter seus 50 e poucos anos, bem arrumado, cabelo penteado. E deu uma piscadela, eu um sorriso. Daí comecei com desenho mais uma vez, foi o dia dos homens dos ônibus, pois então percebeu ser observado e começou a arrumar os cabelos, ajeitou o cinto, as calças, a camisa e ficou amis ereto. Quase tive vontade de rir, mas rir muito, porém mantive o controle. E continuei a desenhar, o moço queria espiar o desenho, esticava o pescoço... e de repente amoou, ficou estarnho, constrangido de novo, como se tivesse esperado que algo acontecesse e não aconteceu... ele tímido ficou até mais velho do que quando entrou e até exalava um perfume.
Ficou quase transparente.

6 comentários:

  1. Que louco Arê!!! Sinto coisas... Pensamentos... Nos falamos.


    Carinhosamente,


    Bonifácio Feitosa.

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  2. Você desenha muito bem "velhos" brazucas,
    sugiro uma passada nos trens da CPTM
    sentido calmon viana e/ou guaianases.

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  3. É...te disse ontem ao fone: o ser humano é bizarro! Qto mais bizarro mais intrigante! Manda ver nos traços pquena! Bjosssssss

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  4. Interessante como os olhares constrangem...
    Ótimos desenhos! Continua espiando.

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  5. Até consigo imaginar a sua cara de erê arteira no busão e seu riso contido... rsrsrs. O seu blog é um dos poucos (atualmente, o único) que entro com frequência pra ver se tem novidades. E fico chateado quando me deparo com um post que já li.
    Tô gostando de ver o quanto está produzindo!
    Bj grande.

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  6. Conheço bem esse busão!
    Os olhares em grande maioria são vagos.
    E quando está cheio! As pessoas se esforçam para não se olharem.
    Eu costumo fugir...

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