terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Em Diadema eu

Lembro do zunido do pernilongo perto da minha orelha,
do cheiro de camarão seco para comida santo
os pratos brancos para os altares
as casinhas dos orixás
de dormir nas saias e saiotes
do cheiro de banho de folha na minha avó e avô
de andar num tecido que era pano da costa e era de brocado, doía o pé mas era muito engraçado
água com rosas
alfazema, muita alfazema jogada nas pessoa quando cantavam pra oxum
dos beijos e abraços das filhas de santo
meu avô com bermuda aparecia o começo do bumbum
da pele do meu avô que apertada ficava com furinhos
de comer queijo de nó escondida de madrugada
parede mofada e escura do banheiro
cheiro dos banhos de folha no banheiro
tomar banho com a minha mãe
caixa de música da minha tia
mordida da monique na minha testa
meu avô gritando comigo por causa da mordida
minha avó com a roupa furada lavando roupa
ficar dentro do cesto de roupa suja
mexer nos lugares abandonados
Gostar de lugares desertos e empoeirados, com muita história imaginada.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Poxa vida, isso aqui tá interessantissimo!
    De verdade...`
    É engraçado, reconhecer mtas coisas que vc descreve, mesmo não tendo vivenciado todas essas coisas com vc.
    Foram qtos anos de convivencia? 4?
    Vc descreve as uma maneira que parece q volto alguns anos e vejo vc dizendo td isso...
    Vc fala da sua família, e eu volto e vejo exatamente como vc expressa.

    Facinante!

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