sábado, 6 de março de 2010

Fuga: escolha, necessidade, consequencia...?

O nome do blog já indica uma vontade não permanente, mas que em algumas foi recorrente no pensamento de milhares de mulheres (já que sou uma e o blog se refere aos pensamentos e memórias de uma). Vamos olhar pelo prisma da fuga esta semana, e em varios momentos da historia de vida que tenho contado aqui.

Nesta semana no CEU que se localiza em um bairro que é situado em são Paulo, porém é como se fugíssimos de tudo aquilo que conhecemos, eu e meu colega ao fazer nscrições numa mesa para crianças participarem das atividades propostas nos deparamos com uma mulher de cheiro muito forte, os cabelos despenteados, faltavam alguns dentes e sua simpatia era incrível! Veio fazer a inscrição dos filhos e comentou sobre que uma dança, e até lhe rendeu 3 mil reais num concurso, a outra faz não sei o quê... e por último tirou a certidão de mais dois, filhos de criação. Perguntei sobre eles, como são, e tudo mais... como diz D. Giselda sabemos muito sobre os alunos no ato da inscrição. A mulher me contou que a mãe deles fugiu... abandonou as crianças á própria sorte. ela não é  familiar da moça, simplismente vivia perto e pegou estas crianças para criar. Já tem 3 anos o ocorrido e esta que fugiu, teve ao todo 19 filhos algus morreram de doença, e o que mais me chocou foi um que tinha deficiencia mental e física e a mãe não o limpava, consequencia? Como a narradora disse: "Os bichos comeram ele". Ela não lhe trocava as fraldas....
Outros filhos cada qual no seu mundo, cada qual que se vire. A mulher espera que tenha a guarda da última criança que nasceu, disse que o conselho tutelar já vai levar pra ela cuidar. Tem meses a criança.
Na vinda pra casa, como numa vontade de fugir deste lugar que esta não foi, nem vai ser a última história que vamos nos deparar na vida, eu pensei sobre as fugas de cada um. Seja a pressão exeterna "do mundo", seja da necessidade de se afastar por um sonho, ou por sonho nenhum por qualquer coisa... ou simplesmente aconteceu.. quando você viu já estava longe com outra vida.

Um outra colega e amiga do trabalho desenvolvido neste bairro tão peculiar o Jd Horizonte Azul, Vera Cruz, dentro do Jd Ângela.... comentou sobre um roteiro que tem vontade de falar, de mostrar no cinema. Falamos sobre o fato de ser mentira toda esta história de 19 filhos... mas não é não. Isso é mais comum que qualquer coisa. Existem essas variações de fuga. É possível fugir do espaço estando denro dele, ou permanecendo ao redor dele? Eu já vi e vivi vários momentos destes. A fuga do meu pai biológico é um exemplo, ele não esteve presente mas rodeava meus pensamentos, minhas histórias, minhas contradições, minha própria imagem. A fuga comedida da minha mãe.... numa conversa um dia em casa ela ao reclamar da situação crada sobre ela mesma, tive de falar que foi sobre sua própria escolha, a escolha de simplesmente deixar. É tão dificil falar em fuga, neste caso ela estava presente em momentos recortados.
A fuga das amizades tão conhecidas, de tanto tempo junto, tanta cumplicidade se esvai....nossa cabeça é incrível ela trama contra si. nossas vontades de fugir de si. Outra situação, é o medo de ser, o medo estar de atravessar a ponte como um amigo comenta sempre, este atravessar é o assumir o medo e suas inseguranças...
Se for pra escrever sobre as fugas de todos que conheço, vou encontrar muitos fujões! todos são.

11 comentários:

  1. É isso....o ser humano é complexo demais...na verdade a gente fica o tempo todo correndo em direção à fuga...para parar de fugir e ao mesmo tempo a gente corre em direção contrária à ela....rs...e ficamos torcendo p/ ver quem ganha a corrida..rsrsrsrs....deu p/ sacar???kkk...ou já compliquei tudo???kkkk....eita ser humano complexo!!!!

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  2. complicou tudo, orém adoro pensar! dscubra mais e mais sobre o mundo sobre seu próprio ser!!!

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  3. Podemos sempre arrumar justificativas, que justificam sempre termos motivos. Mas sejam eles qual for, fugir é escolha. É intrínseca do ser humano essa necessidade, a vida é feita disso. Como disse a amiga acima, a gente corre pra ela, isso muitas vezes quando se acha que o que se faz é o contrário... atravessar a ponte é sempre uma opção. Fugir também...

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  4. Contrariando o que vc estão dizendo ...
    Não acho que fugir sej opção... nunca se escolhe fugir, as vezes se age fugindo, as vezes o fugir é a unica forma de se salvar, vcs dizem d fugir como se fose a pior das escolhas e só sabe que fugiu.. esse negocio de "encarar" a vida é bem dificile não são todos que conseguem, eu sou uma delas da que "encara" da que bate no peito e assume da que diz: é isso mesmo tem que fazer temq ue encarar tem que agir... e estou começando a rever, pois muitas vezes ser assim afasta pessoas, faz com que os outros achem que vc " se acha" melhor do que eles, faz com que as pessoas sempre recorram a vc para resolver os seus problemas... e quando é vc quem precisa a frase é sempre a mesma ... " ha mas vc é tão forte conseue superar isso rapidinho" ... ha ha ha.. Tô começando a achar qu talves o melhor seja fugir mesmo e deixar de ser tão "forte" quem sabe as pessaos percebam que vc é tão sensivel e se sente triste também....quando as coisas acontecem.... talves fugir seja uma necessidade!!!!

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  6. Aí que está!!! como saber se é opção? se é necessidade? é realmente uma questãode pensar qual a função da fuga em cada lugar e em cada vida específica! posso como fiz no tópico elencar muitos fujões e momentos de fugas, porém cabe a cada um mesmo no seu íntimo entender essa fuga. Ou não como a maioria. Adorei a discussão.

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  7. eu sou a maior fujona da história (vc sabe, a prity sabe), desde pequena me recordo o que me levou a isso, mas ao menos venho tentado encarar boa parte das situações hoje em dia, essa foi uma das promessas de ano novo.
    um exemplo é aprender a dizer não (não gosto, não vou, não quero): eu prefiro mil vezes fugir a dizer....mas estou repensando e devagar parando de dar desculpas, sacou?

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  8. saquei, mas você diz uns nãos bem sonoros! heehehhe

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  9. Fuga ao contrário. Legal essa sua história sobre o CEU. Sabe que onde trabalho no período da manhã não é tão diferente. Trabalho na Defensoria Pública onde as pessoas carentes que não podem pagar um advogado são atendidas. Tem de tudo, pessoas pedindo pensão (maioria), homens querendo retirar a pensão alimentícia, outros com problemas criminais, e por ai vai. Mas um dia, um senhor de rua resolveu adentrar ali e eu fui a sortuda em atendê-lo. Não estou satirizando a palavra "sortuda", e eu digo que tive sorte, pois jamais encontrarei uma história como aquela. Um senhor de aproximadamente 50 anos, com aparência de 70, sujo, cheiro de urina curtida e roupa com catinga. Ele me disse que em determinado momento largou a família e os 6 filhos para viver uma aventura, e que se arrependeu, contudo a mãe dos filhos não o quis mais. Ok, até aí estava tudo dentro da normalidade da Defensoria. Foi quando ele ordenou: "moça, a mãe deles me botou no pau, e eu não me nego de pagar a pensão, só preciso que o juiz determina a conversão dos meus diamantes em em pecúnia, pois eu não sei quantos diamantes devo dar a ela". Minha primeira expressão foi semelhante a essa :o . E fiquei mais estarrecida quando o senhor resolveu me mostrar os diamantes dele: eram missangas!MISSANGAS. Eu juro por tudo que é mais sagrado nesta terra. Cheguei a ter dó, mas depois fiquei pensando em como o cérebro nosso é incrível. Tão incrível que um mendigo de rua, numa carência completa e uma tentativa de talvez fugir de um passado onde deve ter deixado àquela família de lado,começa a acreditar que pequenas missangas são diamantes, pois certamente ele quer ajudar seus filhos (que já devem ter por volta dos 30 anos e nem devem se lembrar de seu pai).

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  10. Mas é uma maravailha, vou postar seu comentário no blog! mas como postagem mesmo!!! é incrível!

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